domingo, 20 de maio de 2012

Não ter onde morar - Favelas e Geografia Urbana

Estava lendo a revista Nova Escola, e encontrei algo muito legal nas páginas 92 e 93 da edição de Maio de 2012. O tema é a Olimpíada de Língua Portuguesa (OLP) – Escrevendo o Futuro.
O aluno Fábio Henrique Silva dos Anjos, 12 anos, ficou entre os vencedores da edição de 2010, na categoria poema. Ele se inspirou na desapropriação de uma favela no bairro do Jaçanã, em São Paulo, onde morou até os 4 anos de idade. Méritos também para sua Professora, Patrícia Alves de Amorim Percinoto.
Embora a caminhada seja difícil, é um prazer ser Professor. Desafie seus alunos, e eles poderão te surpreender. Seguem abaixo os depoimentos de aluno e professora, e o poema escrito pelo Fábio. Boa semana...

A maior recompensa é ver quanto os alunos evoluíram durante a realização da sequência didática. Eles ampliaram o repertório de leitura e escrevem de maneira cada vez mais consistente”. - Patrícia A. de A. Percinoto – Professora de Língua Portuguesa em São Paulo.

Estudamos muito nas oficinas, lemos vários livros e fomos ao Museu Adoniran Barbosa. Tudo isso foi importante para que eu pudesse escrever o poema. Neste ano, quero participar de novo”.  - Fábio H. S. dos Anjos – Aluno do 7º ano da EMEF Frei Antonio Sant’Ana Galvão em São Paulo

Não Ter onde Morar
Eu moro em São Paulo.
Bairro do Jaçanã,
Eternizado por Adoniran
Confusão na viela.
Nunca vi coisa daquela.
Em questão de instantes acabou a favela.
Muitos barracos no chão.
É hora da desapropriação.
Cada tábua que caía, doía o meu coração.
E a população?
Ficou sem eira, nem beira, nem chão.
Houve até manifestação
Sem Ter onde morar
Fiquei sem lar
A favela era meu lugar.
Agora só resta a mudança.
Acreditar na esperança.
Ainda sou uma criança
E espero a bonança.
Palavras do poeta inspiram lembrança:
Saudosa maloca, maloca querida.
Lá na torre “nóis passemo”
“Dia felizes” da nossa vida.
Quero um mundo melhor
E sair dessa pior.
Já são onze horas, não posso perder o trem
Que já vem...Que já vem...Que já vem...
Fábio Henrique Silva dos Anjos

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Faces do Subdesenvolvimento


Classificar os países subdesenvolvidos não é algo tão fácil. Trata-se de um grupo muito heterogêneo de nações. Desta forma, surgem outras designações, como países em desenvolvimento, países emergentes, países exportadores de matérias-primas, países de industrialização tardia, países de substituição de importações, países plataformas de exportação, países não-alinhados, países do terceiro mundo, países do sul e países periféricos. Logo, fica claro que o termo “subdesenvolvido” explica pouca coisa diante às enormes diferenças existentes entre os países “não-ricos”.
Uma coisa importante a ser considerada é o fato de que tais países não optaram estar nesta situação. Há um conjunto de fatores interligados, uma complexa rede de interesses que explica  o subdesenvolvimento caso a caso, país a país, a situação que os coloca à margem do atual processo de globalização e na periferia do sistema capitalista.
Entre estes, podemos citar os antigos pactos coloniais, a forma de expansão e atuação das potências mercantilistas europeias nos séculos XV a XVIII, o domínio dos grandes impérios europeus do século XIX, o jogo de interesses da DIT (Divisão Internacional do Trabalho) no século XX, a expansão das transnacionais e seu domínio das novas tecnologias de produção, além é claro dos fatores comuns inerentes aos países de desenvolvimento socioeconômico insatisfatório, a saber, corrupção, desigualdade social e concentração de renda.
Leia também neste Blog: Crônica do Subdesenvolvido
"...queremos saber o que vão fazer com as novas invenções...queremos viver confiantes no futuro..."

Queremos Saber (Gilberto Gil) - Interpretação de Cássia Eller