terça-feira, 10 de abril de 2012

África Subsaariana - A quem interessa a pobreza?

Salve! Mãe África!

A África Subsaariana tem participação irrelevante no PIB mundial. Isso é ruim? Sim. Mas ruim para quem? Certamente não é ruim para a indústria de armamentos, que lucra milhões com os conflitos étnicos e tribais. Também não é ruim para os chineses, já que Pequim compra petróleo baratinho do Sudão, impedindo que a ONU intervenha em Darfur, dando mais lucro para os vendedores americanos de armas. Além disso, os chineses bonzinhos constroem estádios para o “povo” do Gabão e de Moçambique. A pobreza da África Subsaariana não é ruim para grandes redes hoteleiras belgas, francesas e britânicas, com seus quatro estrelas sempre lotados de turistas ricos animadíssimos com o exótico e selvagem continente africano.
Salve a África! Este continente que não possui mercado consumidor significativo, que sustenta o sistema com seus produtos primários de baixo custo, abastece o lucrativo motor da DIT (Divisão Internacional do Trabalho).
Interessante que em 2008, após uma tremenda crise nos mercados do centro da economia capitalista, metade dos Estados africanos conseguiram um singelo, mas significativo, crescimento de suas economias, o que impulsiona, pelo menos em potencial, suas modernizações. Embora não tão audível, a voz de alguns países africanos começa a ser ouvida. Quando a África Subsaariana enfim der amostras de que pode entrar no clube dos “subemergentes”, quem vai gostar? Feliz da China, e até do Brasil e da Índia, que vêm fazendo acordos comerciais com o continente espoliado pelos impérios industriais.
O que falta, talvez, seja a mídia parar com essa hipocrisia sobre a África. Esta visão pseudo humanista generosa e cheia de falso remorso dá nojo. Não dá pra aguentar uma nova babaquice do estilo “US for Africa”. We are the world, We are liars, We are the only demagogues who make the world worse, So let's get to pretend.
A África Subsaariana ainda tem participação pequena na economia mundial. Isso é ruim? Não. Mas não por quê? O mundo “globalizado” é assim, cheio de paradoxos, repleto de interesses obscuros, uns para o bem, outros para o mal. Parcerias unilaterais não vão impedir que milhares de crianças africanas morram de fome todos os dias. O atraso africano, embora seja repulsivo do ponto de vista humano, faz parte do teatro capitalista. Se este papel for modificado, muita gente não vai gostar. Não é mesmo Bono Vox?

Leia neste blog: Globalização e Consumismo



segunda-feira, 9 de abril de 2012

Globalização e Consumismo

Tecnociência, globalização e história sem sentido
Para alguns autores, como Julio José Chiavenato, a globalização é um processo antigo, de pelo menos cinco séculos, mas que apenas recentemente recebeu seu nome famoso de batismo. O fato é que o século XX é um marco sem igual no avanço da ciência. É muito pouco chamar nosso período de Terceira Revolução Industrial. Na verdade, até mesmo Revolução Técnico-científica passou a ser um nome que explica pouco sobre nossa era.
            O consumo é uma das palavras-chave para a globalização. Somos capitalistas. Não existe mais Ordem Bipolar. Consumir é mais que uma tendência capitalista natural, se é que podemos classificar o capitalismo de algo natural. Consumir é uma questão de sobrevivência. Quem não pode consumir, se deteriora.
            Houve nos últimos séculos um processo de evolução social e moral, interrompido gradativamente nas últimas décadas do Século XX. O progresso técnico, representado pela evolução sem igual dos meios de transporte e comunicações, é potencial da sonhada globalização da humanidade, mas o que vimos foi um retrocesso nas relações pessoais. Tudo pelo lucro. E não adianta apontar os dedos indicadores acusadores. Você e eu fazemos parte deste monstruoso processo de exclusão.
            Como bem explicou Milton Santos, a informação é centralizada nas mãos de poucas corporações: “Apesar de as condições técnicas da informação permitirem que toda a humanidade conheça tudo o que o mundo é, acabamos na realidade por não sabê-lo, por causa dessa intermediação desinformante”.
           
Sugestões e referências:
Por uma outra globalização – Milton Santos
Ética Globalizada & Sociedade e Consumo - Júlio José Chiavenato

Leia neste blog:


Camisa de Vênus - Só o Fim