quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Cultura de Massa


Vivemos na massa. Somos a sociedade de massa. Queremos ser diferentes, mas muitas vezes, não há opção, e voltamos para a massa. O indivíduo desdém da massa, mas a massa é necessária.
Movimentação frenética, por vezes descontrolada. Ela não pensa, na verdade, até pensa, mas não há tempo para reflexões. A massa é ativa, não busca identidade, mas sim dinamicidade. Quanto maior a dinâmica, maior é a movimentação.
A massa não tem lugar, ela surge onde puder, onde precisar. A massa pode ser identificada por meio do vocabulário, da vestimenta, da música, do comportamento. Constante crescimento sem necessidade de estabelecer metas, finalidades e objetivos.
A massa não castra os seus desejos. Ela é portadora de energia, dissipada a qualquer momento e em qualquer direção. A energia pode gerar violência, pois não há controle sobre a energia.
A massa é ideia de igualdade, de agir com naturalidade. Seja massa de vez em quando. Talvez o seu cérebro não queira ter um objetivo e uma meta racional o tempo todo.



segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O Desafio da Revolução Energética Mundial


O mundo depende totalmente das fontes de energia não renováveis e altamente poluentes. Esta é a má notícia para os defensores do meio ambiente. Os puxadores deste sistema são os combustíveis fósseis, como carvão mineral e petróleo.
Quase noventa por cento da energia usada em nosso planeta provém de fontes que se esgotarão, o que leva a humanidade ao desafio de encontrar uma forma de desenvolver novas tecnologias para explorar as fontes renováveis.
A China, o grande emissor de dióxido de carbono, é o país que mais investiu em energia renovável recentemente. Estados Unidos e União Europeia também avançam no projeto de diminuir os custos dessas fontes de energia. Até metade do século XXI, o Brasil terá mais de noventa por cento da sua matriz energética proveniente de fontes renováveis.
Mas as fontes de energia alternativa também têm custo ambiental alto. No Brasil a construção de usinas hidrelétricas sempre é alvo de protestos inflamados por parte de alguns setores da sociedade, uns por convicção ambiental, outros apenas por puro modismo.
Como desenvolver um país sem produzir energia? Como produzir energia sem poluir? A falta de informação é enorme. Até hoje existem pessoas que pensam que usar etanol em seu automóvel não vai agredir o meio ambiente! Há os que são contra a construção de barragens, mas não se incomodam de abrir o registro do chuveiro e tomar um banho quente. Há os que defendem a instalação de painéis solares para aquecimento da água. Imagine, em Curitiba, poderíamos tomar banho quente no verão! Dá até para fabricar um ventilador movido a vento.
Eu não sou contra a defesa do meio ambiente. Apenas não gosto deste debate vazio, cada vez mais presente na era das redes sociais, onde basta um clicar e compartilhar, para que a pessoa mais desprovida de argumentos se torne em segundos, um defensor das causas planetárias. Lá vou eu para o velho clichê, ou seria um mantra, sei lá: Educação é a solução.

A volta triunfante do Carvão Mineral:

Sobre Belo Monte, veja a postagem abaixo:


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Diamante de Sangue

Comentário sobre o filme Diamante de Sangue

Serra Leoa e seus diamantes. O espólio ao qual o continente africano foi submetido pelos civilizados europeus seguiu firme mesmo após a independência das colônias. Uma elite minoritária e corrupta comanda a maioria dos países. Neste cenário é fácil surgirem grupos armados contra os governos. Mas tais grupos, que se auto-intitulam de libertários ou revolucionários são do mesmo bando explorador de riquezas, submetendo a pobre população subsaariana a mais guerras.
Um campo fértil para o comércio ilegal de armas. Na costa oeste do continente africano, os diamantes são a moeda de troca. Eles financiam a morte de milhares de inocentes. Por isso são chamados de diamantes de sangue.
No filme estrelado por Leonardo DiCaprio, o destino de um humilde pescador sequestrado por terroristas estará amarrado a um cobiçado diamante rosa. O jogo de interesses e traição é constante. A produção ajuda-nos a ter uma ideia do que são as guerras civis africanas, de como inexiste o real interesse das potências ocidentais em ajudar, e de como a vida humana é tratada por desdém pelos poderosos.

Mais sobre a África Subsaariana em:

Outro filme que mostra o conflito em Serra Leoa é o Senhor das Armas:

Legião Urbana - Canção do Senhor da Guerra

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Senhor da Guerra

Um comentário sobre o filme Lord Of War - O Senhor das Armas, em português.


Ele não é um bandido comum. Na verdade, ele é quase um mocinho. Boa pinta, sedutor, simpático, um típico comerciante. Yuri Orlov roda o mundo vendendo uma mercadoria cobiçada e valiosa para qualquer governante disposto a manter o poder e o lucro. Na verdade, estes são os verdadeiros bandidos da história.
Como não é uma história convencional de hollywood com um roteiro quase sem começo e sem fim, O Senhor das Armas está longe de ser um daqueles filmes que tornam-se mitos do cinema. Uma pena, pois trata-se de uma história rica, real, surreal, atordoante, aterrorizante, e por incrível que pareça divertida.
O mundo é um barril de pólvora. O ser humano domina seu próximo em busca de prestígio, poder, dinheiro. Neste contexto é que o personagem de Nicolas Cage torna-se surpreendentemente carismático, mesmo sendo um mercador da morte.
Com a história das últimas três décadas do Século XX como pano de fundo, a trajetória de Orlov é contada de forma dinâmica em primeira pessoa, com frases de impacto que por vezes chegam a ser constrangedoramente engraçadas.
É possível fazer uma analogia histórica, geográfica, filosófica, política, geopolítica e ética sobre este filme. Quem já viu, deve rever com calma, principalmente a questão envolvendo as guerras civis africanas. Quem não viu, deve ver. Porém, um aviso: este filme não tem um final considerado politicamente correto, na verdade, não há final.

Quem viu o filme vai entender o clipe abaixo - Cocaine - Eric Clapton

Veja o comentário sobre o filme Diamante de Sangue em: http://geopesca.blogspot.com.br/2012/11/diamante-de-sangue.html




terça-feira, 6 de novembro de 2012

Novo Código Florestal


O relator Aldo Rebelo, do PCdoB, atual ministro dos esportes, foi o grande defensor do novo código florestal, com apoio maciço de mais de uma centena de deputados da chamada bancada ruralista, parlamentares ligados diretamente ao agronegócio.
Segundo o novo código florestal:
  • As RLs serão reduzidas na Amazônia Legal para 50%, caso 65% do território estadual seja considerado como APP.
  • Nas APPs fica autorizado o uso de parte da reserva para algumas lavouras, a serem definidas pelo governo.
  • As atividades consolidadas na área até o mês de julho de 2008 podem continuar.
  • Quem desmatou ilegalmente até 2008 está livre das multas, desde que recomponham parte da área degradada em até 20 anos. Estão liberados os reflorestamentos com espécies não nativas.
  • As matas ciliares na Amazônia caem de 500 para 100 metros.
Pelo novo código florestal, seriam recompostos 23 milhões de hectares dos mais de 130 milhões desmatados. Portanto, se cumprido à risca, seriam recuperados apenas 18% do que já foi desmatado.

E você? Pensa o que sobre isso? Um fato importante a ressaltar, é que desde 1990, o país aumentou sua área explorada em apenas 28%, sendo que a safra aumentou 180%. Os ambientalistas defendem que é possível produzir mais sem desmatar. A bancada ruralista quer maior flexibilidade, pois consideram o atual código muito severo e prejudicial ao agronegócio. O governo, seja ele qual for, está no meio do impasse.

O Brasil é um país gigantesco, abrigando seis grandes biomas. Um único código florestal para todo o território não é o ideal. A discussão vai longe. Dilma vetou nove pontos do novo código. O congresso seguirá analisando.
OBS: Breve histórico no Código Florestal:
http://geopesca.blogspot.com.br/2012/11/codigo-florestal.html

We got department stores and toilet paper
Got styrofoam boxes for the ozone layer
Got a man of the people, says keep hope alive
Got fuel to burn, got roads to drive
NEIL YOUNG

Neil Young - Rockin´in the free world

Código Florestal


O código florestal é uma lei federal que regulamenta a ocupação de terras e define quais as áreas que devem ser preservadas. O atual código florestal data do ano de 1965, um ano após o fatídico golpe militar. Dentre suas regulamentações, ele define dois conceitos básicos:
  • RL - Reserva Legal: é uma área de vegetação nativa que deve ser mantida em cada propriedade. A RL pode ser explorada, desde que haja um manejo adequado por parte do proprietário.
  • APP - Área de Proteção Permanente: são áreas que devem ser mantidas intactas. São consideradas como APPs as matas ciliares (margem dos rios), as nascentes e mananciais, encostas e topos de morros.
Na época da fixação desta lei, as propriedades se concentravam no Sul e no Sudeste, áreas de vegetação nativa (mata das araucárias e mata atlântica) bastante devastadas. Porém, já havia o avanço da cultura de soja em extensas áreas do Cerrado, entrando na Amazônia. Contudo, foi a pecuária extensiva a atividade que exerceu forte pressão sobre o Bioma Cerrado, criando a primeira fronteira agrícola, hoje praticamente emendada com a Amazônia Legal.

No ano de 2001, o grande privatizador, Fernando Henrique Cardoso, então presidente do Brasil, emitiu uma MP (Medida Provisória) que aumentava as áreas de RL de cada propriedade na Amazônia e no Cerrado. O percentual passava de 50 para 80% na Amazônia, e de 20 para 35% no Cerrado. Os proprietários ficaram revoltados, pois esta fixação de percentuais foram emitidos após as áreas já estarem devidamente exploradas. O desrespeito à lei continuou. Lula fixou prazo para adaptações em 2008, mas por duas vezes ampliou tal anistia. 

Existe forte pressão do agronegócio para a aprovação do Novo Código Florestal. A cobertura nativa do Cerrado é de cerca de 50%, enquanto a Amazônia tem quase 80% de sua área ainda intacta. A pecuária ocupa 77% da área explorada no país, enquanto que a agricultura os outros 23%.  Mas no que o novo código pode influenciar?
Não deixe de ler a outra postagem sobre o código florestal:
http://geopesca.blogspot.com.br/2012/11/novo-codigo-florestal.html

Let it Rain - Eric Clapton

Leia também: Produção agropecuária no Brasil
http://geopesca.blogspot.com.br/2012/08/producao-de-graos-no-brasil.html