sábado, 23 de novembro de 2013

O meio técnico-científico-informacional


Uma teoria do Brasil
Por Raquel Aguiar

“O meio técnico-científico-informacional surge na década de 1970 a se concentra nas áreas privilegiadas no período anterior, o que acentua as desigualdades territoriais. Assim, surgem áreas de globalização absoluta e relativa, o que gera espaços que mandam e espaços que obedecem.
Atualmente a informação fundamenta e orienta o trabalho e orienta sua divisão global e local. No nordeste a rede fundiária concentrada impõe às novas técnicas informacionais. O Centro-Oeste e a Amazônia, como não possuíam o meio técnico tradicional do período anterior, estão abertos para as novas técnicas. Na Região Concentrada (Sul-Sudeste) houve simplesmente a agregação das inovações técnicas, em paralelo a uma crise da indústria.
A globalização é o momento da ocupação do território brasileiro que mais acentuou as desigualdades sociais e as diferenças regionais brasileiras. A concentração do meio técnico-científico-informacioanal dificulta o acesso a bens e serviços e gera vazios de consumo representados pela pobreza, sobretudo urbana, que reúne todo o conteúdo explosivo do território hoje.”


Ciência Hoje – RJ – (Dez-2001) – Uma teoria do Brasil: última obra de Milton Santos sintetiza a realidade nacional diante da globalização.

domingo, 17 de novembro de 2013

A Geografia Quantitativa

A Geografia Quantitativa
A Geografia Quantitativa ou Pragmática influenciou sobre a educação brasileira nas décadas de 1970 e 1980. No Brasil desenvolveu-se sob a denominação de Geografia Teorética, caracterizada principalmente pelo uso de técnicas estatísticas e matemáticas e modelos de representação no trato dos temas geográficos.
As críticas a essa Geografia basearam-se no exagero da quantificação e na maior importância dada às técnicas em detrimento dos fins a serem atingidos, destacando-se a grande preocupação com as técnicas de planejamento. Dessa forma, a Geografia ficava alheia, por exemplo, aos problemas sociais e à agressão ao meio ambiente.
A corrente quantitativa da Geografia foi uma espécie de “renovação conservadora”. Alguns autores definem essa fase como uma passagem do positivismo clássico para uma espécie de neopositivismo.

A Geografia Crítica

A Geografia Crítica
A política assume seu papel no ensino da Geografia. Outra vertente do movimento de renovação da Geografia foi a chamada Crítica, Radical, ou ainda Marxista, por ter como base teórica o materialismo histórico e dialético. Esta corrente trouxe uma preocupação com as injustiças sociais e com os problemas ideológicos e políticos, propondo uma Geografia, digamos, mais militante, lutando por uma sociedade mais justa.
A Geografia Crítica assume, principalmente nos anos 1980, um discurso político explícito, não basta apenas descrever o espaço geográfico, há a necessidade de transformá-lo.
Infelizmente a Geografia Crítica ficou muito marcada por um discurso retórico, sem alcançar a prática dos professores. Pode-se afirmar que essa geografia marxista negligenciou a percepção de mundo ao tachar de idealismo inútil qualquer explicação subjetiva e afetiva da relação entre sociedade e natureza que não priorizasse a luta de classes. Por isso mesmo, perdeu espaço.

A Geografia da Percepção

A Geografia da Percepção
A corrente da Geografia da Percepção também influenciou a Geografia escolar. Ela se diferencia das demais correntes por se preocupar em verificar a apreensão da essência, pela percepção e pela intuição. Sua base é a fenomenologia, caracterizada por utilizar fundamentalmente a experiência vivida e adquirida pelo indivíduo.
De acordo com o geógrafo chinês Yu-Fu Tuan, a Geografia Humanística, como também é chamada, procura entender o mundo a partir do estudo das relações do homem com a natureza, bem como de seus sentimentos e ideias a respeito do espaço e do lugar.

Há hoje a necessidade de a Geografia pautar-se em explicações plurais que dialoguem com outras áreas do conhecimento, trabalhando as relações físicas e humanas concomitantemente, e as interações entre elas estabelecidas.