Laika
foi uma cadela russa que se tornou conhecida por ser o primeiro ser vivo
terrestre a orbitar o planeta Terra. Ela foi lançada ao espaço a bordo da nave soviética
Sputnik 2, em 3 de novembro de 1957, um mês depois do lançamento do satélite
Sputnik 1, o primeiro objeto artificial a entrar em órbita. Laika é o nome
russo para várias raças de cães similares ao husky, oriundas da Sibéria. Laika
morreu entre cinco e sete horas depois do lançamento, bem antes do planejado.
A
causa de sua morte, que só foi revelada décadas depois do voo, foi,
provavelmente, uma combinação de estresse sofrido e o superaquecimento, talvez
ocasionado por uma falha no sistema de controle térmico da nave. Apesar do
acidente, essa experiência demonstrou ser possível para um animal suportar as
condições de microgravidade, abrindo caminho assim para participação humana em
voos espaciais. Laika era uma cadela que vivia solta nas ruas de Moscou, pesava
aproximadamente seis quilos e tinha três anos de idade quando foi capturada
para o programa espacial soviético. Originalmente a chamaram Kudryavka
(crespinha), depois Zhuchka (bichinho), e logo Limonchik (limãozinho), para
finalmente chamá-la de Laika. Os cães capturados eram mantidos num centro de
investigação nesta cidade, e três deles foram avaliados e treinados para as
demandas da missão: Laika, Albina e Mushka.
Em 31 de outubro de
1957, três dias antes do lançamento, Laika foi colocada no Sputnik 2, no
cosmódromo de Baikonur, no atual Cazaquistão. Todo mundo acreditava que o
animal levava alimento suficiente e sua condição era estável, pelo que muitas
pessoas estiveram esperando o regresso de Laika. Algumas pessoas aproveitaram
para fazer brincadeiras: durante várias horas, a população de Santiago do Chile
esteve convencida de que Laika havia caído na cidade. Os habitantes da zona
suburbana viram descer um cão de paraquedas, e eles se convenceram naquele
momento de que se tratava de Laika. Quando o animal chegou em terra, se
comprovou que na realidade se tratava de um cão macho, e a montagem não era
mais que uma brincadeira para aproveitar-se da neurose coletiva das
"cadelas voadoras".
O Sputnik 2 não estava preparado para regressar à
Terra de forma segura, pelo que já se sabia que Laika não sobreviveria à
viagem. Os cientistas soviéticos planejaram dar-lhe comida envenenada, que
Laika consumiria depois de dez dias. No entanto, isso não ocorreu como
planejado. Durante anos, a União Soviética deu explicações contraditórias sobre
a morte de Laika, dizendo às vezes que a cadela havia morrido por asfixia
quando as baterias falharam, ou que haviam feito eutanásia conforme os planos
originais. Em 1999 fontes russas asseguraram que Laika sobreviveu pelo menos
quatro dias, e depois pereceu por causa do superaquecimento da nave.
Em outubro
de 2002, o cientista Dimitri Malashenkov, que participou no lançamento do
Sputnik 2, revelou que Laika havia morrido entre cinco e sete horas depois da
decolagem, devido ao estresse e superaquecimento. Ele declarou, num artigo que
apresentou no Congresso Mundial do Espaço em Houston: "Foi praticamente
impossível criar um controle de temperatura confiável em tão pouco tempo".
O Sputnik 2 finalmente explodiu (junto com os restos de Laika) ao entrar em
contato com a atmosfera, em 14 de abril de 1958, após 163 dias e 2570 órbitas
em volta da Terra.
Fonte: Wikipedia