sexta-feira, 19 de abril de 2013

Porém não - Os dois pesos e as duas medidas



Os dois pesos e as duas medidas

Por Samuel P. Huntington

O Ocidente está tentando e continuará a tentar manter sua posição de preeminência e defender seus interesses, definindo-os como os interesses da comunidade mundial, para legitimar suas ações que na verdade interessam aos Estados Unidos.
Tendo conquistado a independência política, as sociedades não-ocidentais desejam se libertar da dominação militar, cultural e econômica das sociedades ocidentais.
O que incomoda são os hiatos entre os princípios ocidentais e as práticas ocidentais. A hipocrisia, os dois pesos e duas medidas e os “porém não” são o preço das pretensões universalistas. Promove-se a democracia, porém não se ela for levar fundamentalistas islâmicos ao poder. Prega-se a não-proliferação em relação ao Irã e à Coreia do Norte, porém não em relação a Israel. O livre comércio é o elixir do crescimento econômico, porém não para a agricultura (protecionismo). Os direitos humanos constituem uma questão com a China, porém não com a Arábia Saudita.
As aspirações universais (o bem para a “comunidade mundial”) da civilização ocidental, o poder relativo decrescente do Ocidente no pós-Guerra Fria, e a postura afirmativa cada vez maior das outras civilizações (sínica, islâmica, ortodoxa, latino-americana, hindu) levam a relações difíceis na atualidade entre os diversos pólos de poder.

Adaptação de “O Choque de Civilizações” pág. 228-9 de Samuel P. Huntington

Aerosmith - Nobody's Fault

Mapa - Tesouro Inestimável



Mapa, tesouro inestimável

Por Antonio Teixeira Neto

O mapa – principal produto da cartografia – sempre despertou em todo o tempo, em todos os lugares e em todas as pessoas interesses diversos, dentre os quais o mais almejado foi fazer dele um poderoso instrumento de poder, conquista e dominação.
Os mapas, em todo o mundo, adquire as mais diversas feições: por momentos não passa de um simples croqui pedagógico aparentemente ingênuo, mais adiante já é um documento técnico reservado a especialistas, na surdina é segredo de Estado, que só pode ser visto por comandantes de grandes corporações militares.
Seja qual for a utilidade atribuída, o mapa conserva uma virtude que ninguém pode lhe subtrair: ser um tesouro inestimável nas mãos de quem quer que seja. Isso porque ele tem o dom de mistificar, criando em torno de si uma aura de mistério e mito, que poucos meios de comunicação são capazes de fazê-lo.
O mapa encanta quem através dele viaja pelos mais recônditos confins, cheios de mistério jamais imaginados. Também encanta quando é elaborado como se fosse uma obra de arte.
Mas às vezes o mapa é portador de mensagens que instigam poder e cobiça. Neste caso, o mapa é uma faca de dois gumes: serve como instrumento de dominação para quem o criou; desinforma e desorienta quem o utiliza.
Adaptado do texto de Antonio Teixeira Neto, publicado no Boletim Goiano de Geografia, v. 26, n. 2, jul./dez. 2006, p.50

Mapas do Acaso - Engenheiros do Hawaii

Brasil, o país do futuro


Brasil, o país do futuro

Por Ronaldo Pescador

País populoso, mas pouco povoado. Quinto maior em população. Quinto maior em extensão territorial. Quinto dos infernos? Talvez sim, talvez não.
Amazônia o intestino do mundo, sertão nordestino pulmão dos latifundiários. Indústria da seca. Indústria molhada. Indústria da exploração. Zonas francas e chapadas, serras e plataformas. Viva a auto-suficiência. Pré sal, pós sal, ante sal, sub sal e sem sal.
Baixa fecundidade, alta periculosidade. De país jovem, adolescente, inconsequente, a país maduro e indecente. Comprometer a previdência social e cultuar a miscigenação, o mito da democracia racial.
Vamos imigrando e emigrando. O meu pai paranaense, meu avô napolitano, o meu bisavô escravo, meu irmão africano. Tudo regional com o êxodo rural. Decadência econômica e o Estado amoral. Crescimento do padrão, mas quem manda é imoral.
Distribuição de renda e maioridade penal. Não se sabe o que importante e o que é banal. Tudo depende do padrão “global”, plim plim!

Lobão - Revanche