terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Norte-americano, estadunidense ou americano?

É muito comum, quando nos referimos aos Estados Unidos da América (EUA), confundir os termos americano, norte-americano e estadunidense. Qual é o mais correto?
Senão vejamos: na escola, em vários livros didáticos, o termo estadunidense reina soberano. A desculpa para usar este termo horrível, é o fato de que todos os habitantes do Continente Americano, são americanos, e não apenas os que nascem nos EUA. Mas não há nada de errado em usar este termo.
O termo norte-americano é usado para se referir aos Estados Unidos da América do Norte, mas isto é uma aberração, já que o nome do país não é este, ele se chama simplesmente United States of America (USA), e não U.S. North America.
A mídia já deixou claro que prefere os termos norte-americano e americano. O termo americano foi amplamente difundido nos filmes, onde fica claro, que eles se referem ao próprio país como simplesmente América. Isto faz o maior sentido, pois o Brasil já foi chamado de Estados Unidos do Brasil, e atualmente o Estado brasileiro é conhecido como República Federativa do Brasil. Nós somos brasileiros, e não “republicafederativenses”. Portanto, não tem nada de mais em se referir ao que é dos EUA como americano.
Estas discussões surgem geralmente entre os que escolheram odiar o que vem dos EUA. Eu particularmente já fui um “esquerdalóide anti-EUA”, mas deixei esta bobagem de lado. Gregos, romanos, britânicos e hoje os americanos. Alguém sempre domina o mundo. Outra bobagem é chamá-los pejorativamente de imperialistas. Não que eles não sejam, mas parece que o Brasil é um santo imaculado entre os países, um injustiçado, quando na verdade, é o grande imperialista da América do Sul. Somos uma espécie de “primo pobre invejoso”.
Mas se você prefere destilar seu ódio aos “estadunidenses norte-americanos”, curta a música Amerika, da banda alemã Rammstein.
PS: Eu não disse que o termo estadunidense é errado, só disse que ele é estranho. Também não disse que o termo norte-americano é errado, mas ele não designa nacionalidade, apenas uma região, formada por México, EUA e Canadá. E não disse que concordo com a política internacional do governo americano, apenas acho ridículo este “ódio bobinho” contra o povo dos EUA.
 

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Crônica do Subdesenvolvido

Eu já fui rico. Na verdade eu não sabia que era rico, pois não conhecia a pobreza. Eu era livre, mas também não tinha ideia do que era a liberdade, pois não conhecia o que era a colonização.
Então fui apresentado à exploração. Com tempo eu subsidiei e financiei uma tal de revolução industrial. Travaram-se guerras sangrentas pela minha riqueza. Dominação econômica, tecnológica, colonial e neocolonial; tantas palavras estranhas!
Depois de um tempo eu virei alguém com independência política. Ah! A liberdade. Mas, afirmaram que eu pertencia a um outro mundo, um tal de terceiro. Passaram algumas décadas e decidiram que este não era um nome apropriado para o meu mundo.
Diagnosticaram uma doença chamada de economia primário- exportadora. Mas pelo menos eu era independente. Pouco importa minha dívida impagável, pois pra me curar do mal que me fizeram, cobraram juros pesados, mas sou independente.
Não apenas independente, mas analfabeto e doente. Sou inchado, cheio de gente, desempregado, subempregado. E a culpa, pasmem, é minha! Arrumaram-me um programa de recuperação, como era o nome mesmo, ah, lembrei, neoliberalismo. Mas fiquei incrivelmente pior.
Poxa, desculpe aí, não me apresentei. Meu nome? Nem sei. Agora me chamam de PAÍS SUBDESENVOLVIDO.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Navegar no esgoto da "infovia"

Sim, navegar é preciso! Desbravar o mar do conhecimento ajuda ao ser humano fugir do conformismo. O conformismo elimina a curiosidade, pois as respostas para os conformados estarão prontas. Respostas prontas e diretas para perguntas desafiadoras é um grande estímulo à preguiça mental. A mediocridade é a regra da vez. A mídia pensa pelos medíocres.
A reprodução de conhecimento inútil invadiu a infovia. Por isso, mesmo para os conformados, navegar é preciso. A pobreza mental é tão grande, que os indivíduos multiconectados adquiriram uma dependência crônica de indignações inúteis e fúteis.
Que a bússola da inquietude dos que fogem da mediocridade guie à redescoberta da dúvida. Mas neste barco, nem todos querem navegar.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Afinal, somos um Pais ou um Estado-Naçao?


País, Estado, Nação e Estado-Nação


Estes são conceitos que se confundem, suas explicações são quase abstratas. Mas é possível, simplificando, compreender o que cada um representa. Uma parte da confusão se deve ao fato de, no Brasil, utilizarem tais conceitos geopolíticos como sinônimos. Pois vamos tentar:
País: podemos reduzir a informação, dizendo que se trata do território onde vive um povo, governado por um poder instituído, com características naturais e humanas em comum.
Estado: entendemos como Estado, a representação política que exerce um poder soberano sobre um determinado território e as pessoas que nele vivem.
Nação: um grupo de pessoas com alguma(s) característica(s) em comum.
Estado-Nação: sendo bem reducionista, é o conjunto de governantes e governados que vivem num país, ou seja, um território instituído por lei, delimitado por fronteiras, com autonomia política e adminstrativa.
Podemos dizer, portanto que somos a nação brasileira, que vive num país da América do Sul, cujo Estado é presidencialista. Somos, portanto um Estado-Nação. Mas existem diversas nações que não possuem um país, como os curdos, os ciganos e os tibetanos. Também existem países que não são considerados Estado-Nação, como Inglaterra, Escócia e País de Gales.
Outra confusão muito comum no estudo das questões geopolíticas é a diferença entre região e território. A região é uma parte do espaço geográfico com alguma característica (vegetação, clima, relevo, posição geográfica, etc.) em comum. Para que uma região seja um território deve haver uma lei que delimita uma área, que será adminstrada de forma soberana por um poder instituído. A grosso modo, pode-se afirmar que todo território é uma região, mas nem toda região é um território.
Este assunto parece difícil, e é mesmo! Mas com o tempo você poderá aprender a usar cada termo dentro do contexto correto, e não cometer gafes, como fazem muitos jornalistas desinformados.