segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Questão agrária no Brasil

A partir do descobrimento até a independência, o direito do uso da Terra em nosso país era controlado pela Coroa Portuguesa.
A distribuição de terras visava facilitar o controle e a ocupação do território. Neste sentido, surgem as plantations, grandes propriedades rurais que utilizavam mão de obra escrava e se praticava a monocultura voltada para a exportação.
As terras que foram cedidas pela coroa portuguesa e que não foram cultivadas, as terras devolutas, hoje chamadas de terras inexploradas, não tinham dono entre 1822 e 1850, pois não havia leis que regulamentassem o direito de uso desta terra.
O governo criou, em 1850, a lei de terras, com intuito de oferecer mão de obra aos fazendeiros produtores de café. A lei eliminou as possibilidades de aquisição de terras por parte dos imigrantes estrangeiros. Os escravos alforriados também não tinham condições de adquirir tais terras.
A lei de terras garantiu que as terras devolutas se tornassem propriedade do Estado, podendo ser negociadas apenas através de leilões. Com isso, somente os grandes latifundiários tinham condições de adquiri-las.
Desde então a terra deixou de ser utilizada somente para o cultivo, passando a ser moeda de troca, um patrimônio particular. Transformou-se em símbolo de poder acentuando as desigualdades agrárias em nosso país.
Há até hoje no Brasil a prática de escravidão por dívida, atingindo pessoas de baixa renda. Somente em 1988 a Constituição passou a prever a expropriação de terras e a realizar reforma agrária. Tal reforma caminha a passos lentos pela multidão de interesses e promoção de preconceitos sobre tal luta.

Engenheiros do Hawaii - Herdeiro da Pampa Pobre


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