terça-feira, 16 de outubro de 2012

Primavera Árabe



Denominou-se de primavera árabe, os protestos populares nos países de maioria étnica árabe e de religião muçulmana.
O mundo árabe, termo genérico que define os países do oriente médio e no norte do continente africano que tem população majoritariamente árabe, entrou em ebulição a partir do início de 2011.
Mas a empolgação logo deu lugar à repressão. Enquanto a coisa explodiu na Tunísia, país historicamente mais liberal, ou no Iêmen, o mais pobre do mundo árabe, tudo bem. Quando chegou à Líbia, êxtase total por parte dos países ocidentais, já que havia a real possibilidade de controlar as reservas de petróleo nas mãos do excêntrico ditador Kadafi.
Mas daí, a coisa fedeu pros lados do Egito. E o que tem o Egito? Bem, o Egito é o coração do mundo árabe. País de localização geográfica bastante estratégica, controlador do Canal de Suez, e que desde 1979 reconhece o Estado Judeu de Israel, o que o elevou ao status de “amigo” dos EUA.
Quando a ditadura de Mubarak entrou em colapso, isso preocupou e muito EUA e Israel, já que os acordos internacionais firmados pelo ditador egípcio podem ir por água abaixo. Os militares ainda não entregaram plenamente o poder aos islamitas que venceram as eleições no Egito. O medo é que minorias, como a dos cristãos, comecem a ser perseguidas, caso o novo governo resolva instituir um governo teocrático nos moldes de Arábia Saudita e Irã.
Para as potências ocidentais, no entanto, esta questão é secundária. O problema para eles é político e econômico. Houve protestos populares no Barein e na Arábia Saudita, porém, seus governos sufocaram (para não dizer que dizimaram) os protestantes. Na Arábia Saudita e no Barein pode. No Egito podia, mas Mubarak não resistiu. Agora no Irã e na Síria os protestos não podem ser reprimidos. A ONU fica doidinha para intervir. O problema, portanto não é a democracia, mas sim, manter o suprimento de petróleo, bem como apoiar a presença militar americana na região.
O que se percebe é que a Primavera Árabe já esfriou. Começou quente, mas assim que caiu o ditador egípcio amigo dos americanos e israelenses, os olhos “protetores” do Conselho de Segurança da ONU se voltaram para este barril de pólvora que é o Oriente Médio.

OBS: Apesar de citado no texto, o Irã não faz parte do mundo árabe, já que sua população é de origem persa. Porém, o país faz parte do que chamamos de Oriente Médio.

“Estamos todos vivendo sob o mesmo céu,
Estamos todos olhando para as mesmas estrelas
Vivemos sob o mesmo sol, sob a mesma lua,
Então por que não podemos viver unidos?”
Mark Hudson , Klaus Meine , Bruce Fairbairn

Veja neste blog:
Conselho de Segurança da ONU
Definição do que é um país

Um comentário:

  1. Interessante que o novo presidente do Egito também já caiu no ano de 2013, e o futuro do país segue incerto. Atualmente (agosto de 2013) ele é governado por uma junta militar.

    ResponderExcluir