Denominou-se de primavera árabe,
os protestos populares nos países de maioria étnica árabe e de religião
muçulmana.
O mundo árabe, termo genérico que
define os países do oriente médio e no norte do continente africano que tem
população majoritariamente árabe, entrou em ebulição a partir do início de
2011.
Mas a empolgação logo deu lugar à
repressão. Enquanto a coisa explodiu na Tunísia, país historicamente mais
liberal, ou no Iêmen, o mais pobre do mundo árabe, tudo bem. Quando chegou à
Líbia, êxtase total por parte dos países ocidentais, já que havia a real
possibilidade de controlar as reservas de petróleo nas mãos do excêntrico
ditador Kadafi.
Mas daí, a coisa fedeu pros lados
do Egito. E o que tem o Egito? Bem, o Egito é o coração do mundo árabe. País de
localização geográfica bastante estratégica, controlador do Canal de Suez, e
que desde 1979 reconhece o Estado Judeu de Israel, o que o elevou ao status de
“amigo” dos EUA.
Quando a ditadura de Mubarak
entrou em colapso, isso preocupou e muito EUA e Israel, já que os acordos
internacionais firmados pelo ditador egípcio podem ir por água abaixo. Os
militares ainda não entregaram plenamente o poder aos islamitas que venceram as
eleições no Egito. O medo é que minorias, como a dos cristãos, comecem a ser
perseguidas, caso o novo governo resolva instituir um governo teocrático nos
moldes de Arábia Saudita e Irã.
Para as potências ocidentais, no
entanto, esta questão é secundária. O problema para eles é político e
econômico. Houve protestos populares no Barein e na Arábia Saudita, porém, seus
governos sufocaram (para não dizer que dizimaram) os protestantes. Na Arábia
Saudita e no Barein pode. No Egito podia, mas Mubarak não resistiu. Agora no
Irã e na Síria os protestos não podem ser reprimidos. A ONU fica doidinha para intervir.
O problema, portanto não é a democracia, mas sim, manter o suprimento de
petróleo, bem como apoiar a presença militar americana na região.
O que se percebe é que a
Primavera Árabe já esfriou. Começou quente, mas assim que caiu o ditador
egípcio amigo dos americanos e israelenses, os olhos “protetores” do Conselho
de Segurança da ONU se voltaram para este barril de pólvora que é o Oriente
Médio.
OBS: Apesar de citado no texto, o
Irã não faz parte do mundo árabe, já que sua população é de origem persa.
Porém, o país faz parte do que chamamos de Oriente Médio.
“Estamos todos vivendo sob o
mesmo céu,
Estamos todos olhando para as
mesmas estrelas
Vivemos sob o mesmo sol, sob a
mesma lua,
Então por que não podemos viver
unidos?”
Mark Hudson , Klaus
Meine , Bruce Fairbairn
Veja neste blog:
Conselho de Segurança da ONU
Definição do que é um país
Interessante que o novo presidente do Egito também já caiu no ano de 2013, e o futuro do país segue incerto. Atualmente (agosto de 2013) ele é governado por uma junta militar.
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