Em
tempos onde tudo parece que faz parte do presente, acho oportuno relembrar um
dos maiores pensadores do nosso tempo. Infelizmente, uma certa revistinha
semanal ligada com corruptos e com golpes, publicou uma crítica ácida contra
este historiador. Mas eles também criticaram severamente o grande Oscar
Niemayer. Fico muito preocupado quando as pessoas esquecem do passado recente,
em nome do espetáculo midiático que tenta a todo custo recuperar seu posto de
poder. Leia o que disse o grande Eric Hobsbawn:
“(...)
Em 28 de Junho de 1992 o presidente Mitterrand da França, apareceu de forma súbita,
não anunciada e inesperada em Sarajevo, que já era o centro de uma guerra balcânica
que iria custar cerca de 150 mil vidas no decorrer daquele ano. Por que o presidente
francês escolheu esta data? Porque esta era a data do aniversário do
assassinato do herdeiro do império Austro-Húngaro, nesta mesma cidade em 1914. Mas
quase ninguém captou a alusão. A memória histórica já não estava viva.
A
destruição do passado, dos mecanismos sociais que vinculam nossas experiências
com as das gerações passadas, é um dos fenômenos mais característicos dos
tempos atuais. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente
contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que
vivem.
Em
1989 todos os governos do mundo ter-se-iam beneficiado de um seminário sobre os
acordos de paz firmados após duas guerras mundiais, que a maioria deles
aparentemente havia esquecido.(...)”
Eric Hobsbawn – Era dos Extremos, p. 12-3
- Adaptado
Engenheiros do Hawaii - Toda forma de poder