quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

As “linhas” divisórias da Geopolítica


As “linhas” divisórias da Geopolítica

Por Samuel P. Huntington


No mundo pós-Guerra Fria, a cultura é, ao mesmo tempo, uma força unificadora e divisiva. Os povos separados pelas ideologias, porém, unidos pela cultura se juntam, como fizeram as duas Alemanhas, e como as duas Coreias. As sociedades unidas por ideologia ou circunstâncias históricas acabaram por se desintegrar, caso da União Sovietiva e da Iugoslávia. Pode ser que algumas sociedades fiquem sujeitas a fortes tensões, tal como acontece na Ucrânia, na Nigéria, na Índia ou no Sri Lanka.
Os países que tem afinidades culturais cooperam em termos econômicos e políticos. As organizações internacionais baseadas em Estados com aspectos culturais em comum, tais como a União Europeia, têm muito mais êxito do que aquelas que tentam transcender as culturas. Durante 45 anos, a “cortina de ferro” foi a linha divisória central da Europa. Essa linha se moveu várias centenas de quilômetros para o Leste. Ela é agora uma linha que separa povos da cristandade ocidental dos povos cristãos ortodoxos e muçulmanos.
O mundo pós-Guerra Fria é um mundo de sete ou oito civilizações principais. Os aspectos comuns e as diferenças moldam os interesses. O poder se desloca gradualmente dos ocidentais para os “não-ocidentais”, ou seja, a política mundial do século XXI torna-se multipolar e multicivilizacional.


Trecho adaptado de O choque de civilizações – Samuel P. Huntington – Objetiva – p. 28-9


Sobre os “Ventos da mudança” que sopraram na Europa da década de 1990: http://geopesca.blogspot.com.br/2011/05/rock-e-o-fim-da-guerra-fria.html

Stay - U2

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Generalizações geográficas


Para interpretar o mundo a Geografia é obrigada a fazer diversas generalizações. As diversas regionalizações estão cheias de termos gerais. Um dos casos mais frequentes é o uso de direções para representar fenômenos diversos.
Na Guerra Fria usava-se o Leste como sinônimo de socialismo. Falar em Oeste não era comum, então se usava o apelido do Oeste, o Ocidente, para representar o capitalismo. Com o fim da ordem bipolar, os termos perderam sua conotação. Hoje o oriente é usado para falar das sociedades que estão geográfica e culturalmente opostas à cultura cristã com democracia liberal, chamada novamente de ocidente.
Outro costume geográfico da nova ordem, é chamar os países ricos de países do norte, colocando o sul como subdesenvolvido. Norte e Sul também foram utilizados nos períodos coloniais e neocoloniais para representar a relação entre as metrópoles e as colônias.
O desafio é saber colocar os temos no contexto correto, sabendo quando se fala da política, da dominação cultural, ou simplesmete as divisões feitas pelo Meridiano de Greenwich e a Linha do Equador.

Mais sobre regionalizações: 

Botaram tanta fumaça - Tom Zé


domingo, 10 de fevereiro de 2013

Faltam dois anos para o futuro


Eu assisti De Volta Para o Futuro II no último dia 2 de fevereiro. Foi uma experiência muito interessante. A saga de Marty McFly e do Dr. Emmet Brown é de encher os olhos. Lembro que vi este filme pela primeira vez no início da década de 1990. A parte inicial do filme retrata o distante ano de 2015. Neste tempo os carros voam, os skates são voadores, o filme Tubarão está na sua vigésima terceira parte, os homens utilizam duas gravatas, e os telefonemas são feitos viva-voz vendo o rosto de quem está ligando. E a pizza hidratada? Fantástico.
Faltam dois anos para o futuro sonhado por Spielberg em 1989. Porém, o filme não deixará nunca de ser clássico. Um nó no cérebro dos que pensam que complicado é Senhor do Anéis. Bobagem. A tosquice da trilogia de De Volta Para o Futuro é simplesmente um marco da nossa geração. Na mesma noite, no canal TBS Muito Divertido (o canal nem é tão divertido assim), foi exibida terceira parte da aventura. Um sábado delicioso. Deu até vontade de correr na locadora e locar os três para ver em sequência, tal como fiz outras vezes com a trilogia clássica de George Lucas – Guerra nas Estrelas (sim, é Guerra nas Estrelas, eu acho um sacrilégio chamar este clássico de Episódio IV – Uma Nova Esperança), O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi.
Obrigado Hollywood por ser esta fábrica de fantasias. Se tem uma coisa que os americanos fazem bem é cinema (a outra é a Coca-Cola, o delicioso líquido preto símbolo do capitalismo e do imperialismo). E pouco importa se fazem auto-promoção. Esta história de ser anti-americano é meio clichê de esquerdalóide. Que McFly e Brown consigam chegar até a nossa geração fã de vampirinhos e bruxinhos.
Um aviso: o vídeo abaixo não é recomendado para menores de 30 anos!