O
choque de civilizações é possível? Eu penso que sim. Longe de ser uma bíblia
que deva ser seguida por seus leitores, o livro de Samuel Huntington é deveras
indispensável para quem gosta de geopolítica. Antes de tudo, deve-se ter em
mente que o mesmo foi escrito no meio da década de 1990, quando nada sobre o
futuro estava claro. Na verdade, ele acertou mais do que errou. Mas jamais ele
imaginou o atentado de 11 de setembro de 2001. Quem imaginaria?
Um
ponto de vista diferente daquele que conhecemos pela mídia. Ao invés de dar ao
fator Estado-Nação o papel de protagonista, o autor formula a ideia geopolítica
do mundo contemporâneo em bases culturais. Seus cenários são ricos em detalhes,
e seus argumentos altamente reflexivos.
Claro
que existe polêmica. Mas não há como julgar o autor em termos de xenofobia
quando o mesmo atesta que o islã é altamente beligerante, ou que os ocidentais
são extremamente arrogantes. Também não há como dizer que ele foi superficial
ao não detalhar as civilizações latino-americana e africana, uma vez que,
realmente seu papel era insignificante no meio daquela década. Talvez ainda
seja.
Fiz
ao longo da leitura do livro algumas observações, e compartilhei aqui neste
espaço. Mas esta é apenas a minha interpretação. Sugiro a leitura de O choque
de civilizações a todos que querem compreender melhor o mundo.
Postagens anteriores sobre O choque
de civilizações:
Esfacelamento nas Bálcãs – O fim da
Iugoslávia
A era dos conflitos
Cristãos e Muçulmanos – Similaridades
Porém não - Os dois pesos e as duas
medidas
A ascensão do Ocidente e a violência
organizada
Vestindo calça jeans, bebendo
Coca-Cola, escutando rap
As “linhas” divisórias da Geopolítica
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