segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Dinâmica populacional brasileira

O Brasil ocupa hoje a quinta posição entre os países mais populosos do planeta.
O crescimento populacional pode ser explicado por duas variantes: migrações e o crescimento vegetativo.
O crescimento vegetativo é a relação entre as taxas de natalidade e mortalidade.
No Brasil o crescimento vegetativo é o principal responsável pelo aumento populacional, pois os fluxos migratórios ocorreram de maneira intensa até a década de 1950, época em que nossa população era de pouco mais de 50 milhões de habitantes.
Nas últimas décadas houve uma explosão demográfica no território brasileiro, com um aumento de 130 milhões de pessoas.
No período de 1991 até 2005 a população brasileira teve um aumento de cerca de 38 milhões de indivíduos.
Porém, acompanhando uma tendência mundial o crescimento demográfico brasileiro vem sofrendo redução nos últimos anos. A população continuará crescendo, porém num ritmo muito pequeno em comparação com a segunda metade do século XX.
Fatores que explicam tal queda: urbanização, queda da taxa de fecundidade, métodos contraceptivos e a melhora nas condições de saneamento básico explicam o aumento da longevidade no país.

Rita Lee - Obrigado Não

 





segunda-feira, 23 de julho de 2012

Teoria de Malthus


Thomas Malthus, em 1798, publicou seu ensaio sobre a população. Sua ideia era a de que a população duplicaria a cada 25 anos. Em outras palavras, ele previu um crescimento em progressão geométrica. Ao passo que a população crescesse, a produção de alimentos não acompanharia o contingente populacional, pois a mesma cresceria em progressão aritmética. Sua proposta era a de que somente tivessem filhos aqueles que pudessem criá-los, que tivessem terras cultiváveis para o plantio e criação de gado. Mais radical  ainda, ele, pastor da igreja anglicana, e contrário aos métodos contraceptivos, propunha que só se tivessem relações sexuais em caso de conceber uma gravidez. 
Malthus se baseou na sociedade rural da Europa dos primeiros anos da Revolução Industrial. Hoje, é fácil ver que ele errou. Mas na época, suas ideias pareciam ter "pé e cabeça". Influenciou pensadores de economia e até mesmo Darwin. Ele considerou as variantes da época e do local onde vivia para todo o planeta. Ele jamais poderia imaginar o quanto a engenharia de alimentos se modernizaria. Hoje, somos capazes de produzir alimentos para mais de nove bilhões de pessoas, e somos atualmente cerca de sete bilhões na Terra.
Portanto, não é a falta de alimentos e o crescimento populacional que explicam a pobreza do mundo.Teoria póstuma a ele, que morreu em meados da primeira metade do século XIX, surgiu no século XX, denominada de Teoria Neomalthusiana. Apesar de não falar da produção de alimentos, esta nova teoria também aponta, convenientemente, para a mesma causa de pobreza no mundo: o crescimento populacional dos países subdesenvolvidos.
Apedrejar Malthus é um dos exercícios preferidos dos marxistas ferrenhos. Mas, há um valor imenso na sua pesquisa. O simples fato de ter tentado avisar das catástrofes que viriam, é digno de nota. Ele não tinha como acertar tudo, mas acertou em cheio ao prever a fome e a miséria. A ganância do ser humano é quase proporcional à sua hipocrisia.

Veja neste blog:
Pobreza na África:
Faces do Subdesenvolvimento:
Favelas e Poemas:
Resto do Mundo - Gabriel Pensador

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Fontes de Energia - Carvão Mineral


Matriz Energética – Back to Black

E o futuro? E as fontes de energia? E o meio ambiente? Li recentemente uma reportagem sobre o carvão mineral. Em tempos que se falam de carros elétricos, combustíveis não poluentes, biomassa, sustentabilidade, Rio – 92, Rio + 10 e Rio + 20, os dados sobre o carvão mineral são assustadores para os ecologicamente corretos.
Os chineses estão obcecados por este combustível. O carvão (não o do churrasco) voltou com tudo. Hoje ele serve para gerar energia e alimentar a indústria siderúrgica. Já foi o motor da revolução industrial no século XVIII. O carvão tem a mineração mais poluente e perigosa do mundo. O planeta vai sentir saudades do petróleo?
Atualmente o carvão representa 27,2% da matriz energética mundial, atrás apenas do petróleo, que tem 32,8%. Segundo estimativas, o carvão mineral vai ultrapassar o petróleo já em 2030. Os maiores produtores e consumidores de carvão do mundo são a China, os Estados Unidos e a Índia.
O problema é que queimar carvão é mais poluente do que as outras alternativas. Em porcentagem de dióxido de carbono por unidade energia gerada, o carvão polui 66%, contra 43% do seu primo preto, o petróleo.
E o Brasil? Um país com enorme potencial de gerar energia hidráulica ainda discute a construção de Belo Monte. A não construção desta usina já gera um grande prejuízo, inclusive ambiental, já que o ritmo do desmatamento na Amazônia é acelerado, com ou sem hidrelétrica. Quem sabe não devêssemos usar mais carvão, ou energia nuclear?
Os problemas ambientais existem e devem ser divulgados. Mas existe uma falta de informação preocupante com relação à manutenção da matriz energética dos países. Será que China ou Estados Unidos estariam demorando tanto para construir uma hidrelétrica como o nosso país faz?
Concorda? Discorda? Tanto faz, o importante é debater o tema, e não apenas papagaiar o que dizem por aí. E cuidado, pois o carvão está voltando com tudo! Back in Black!

Fonte: Superinteressante – Edição 303 – Abril/2012 – Páginas 32-3

Leia neste blog, postagem sobre a construção de Belo Monte:
http://geopesca.blogspot.com.br/2012/06/um-belo-monte-de-bla-bla-bla.html

AC/DC - Back in Black

domingo, 20 de maio de 2012

Não ter onde morar - Favelas e Geografia Urbana

Estava lendo a revista Nova Escola, e encontrei algo muito legal nas páginas 92 e 93 da edição de Maio de 2012. O tema é a Olimpíada de Língua Portuguesa (OLP) – Escrevendo o Futuro.
O aluno Fábio Henrique Silva dos Anjos, 12 anos, ficou entre os vencedores da edição de 2010, na categoria poema. Ele se inspirou na desapropriação de uma favela no bairro do Jaçanã, em São Paulo, onde morou até os 4 anos de idade. Méritos também para sua Professora, Patrícia Alves de Amorim Percinoto.
Embora a caminhada seja difícil, é um prazer ser Professor. Desafie seus alunos, e eles poderão te surpreender. Seguem abaixo os depoimentos de aluno e professora, e o poema escrito pelo Fábio. Boa semana...

A maior recompensa é ver quanto os alunos evoluíram durante a realização da sequência didática. Eles ampliaram o repertório de leitura e escrevem de maneira cada vez mais consistente”. - Patrícia A. de A. Percinoto – Professora de Língua Portuguesa em São Paulo.

Estudamos muito nas oficinas, lemos vários livros e fomos ao Museu Adoniran Barbosa. Tudo isso foi importante para que eu pudesse escrever o poema. Neste ano, quero participar de novo”.  - Fábio H. S. dos Anjos – Aluno do 7º ano da EMEF Frei Antonio Sant’Ana Galvão em São Paulo

Não Ter onde Morar
Eu moro em São Paulo.
Bairro do Jaçanã,
Eternizado por Adoniran
Confusão na viela.
Nunca vi coisa daquela.
Em questão de instantes acabou a favela.
Muitos barracos no chão.
É hora da desapropriação.
Cada tábua que caía, doía o meu coração.
E a população?
Ficou sem eira, nem beira, nem chão.
Houve até manifestação
Sem Ter onde morar
Fiquei sem lar
A favela era meu lugar.
Agora só resta a mudança.
Acreditar na esperança.
Ainda sou uma criança
E espero a bonança.
Palavras do poeta inspiram lembrança:
Saudosa maloca, maloca querida.
Lá na torre “nóis passemo”
“Dia felizes” da nossa vida.
Quero um mundo melhor
E sair dessa pior.
Já são onze horas, não posso perder o trem
Que já vem...Que já vem...Que já vem...
Fábio Henrique Silva dos Anjos

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Faces do Subdesenvolvimento


Classificar os países subdesenvolvidos não é algo tão fácil. Trata-se de um grupo muito heterogêneo de nações. Desta forma, surgem outras designações, como países em desenvolvimento, países emergentes, países exportadores de matérias-primas, países de industrialização tardia, países de substituição de importações, países plataformas de exportação, países não-alinhados, países do terceiro mundo, países do sul e países periféricos. Logo, fica claro que o termo “subdesenvolvido” explica pouca coisa diante às enormes diferenças existentes entre os países “não-ricos”.
Uma coisa importante a ser considerada é o fato de que tais países não optaram estar nesta situação. Há um conjunto de fatores interligados, uma complexa rede de interesses que explica  o subdesenvolvimento caso a caso, país a país, a situação que os coloca à margem do atual processo de globalização e na periferia do sistema capitalista.
Entre estes, podemos citar os antigos pactos coloniais, a forma de expansão e atuação das potências mercantilistas europeias nos séculos XV a XVIII, o domínio dos grandes impérios europeus do século XIX, o jogo de interesses da DIT (Divisão Internacional do Trabalho) no século XX, a expansão das transnacionais e seu domínio das novas tecnologias de produção, além é claro dos fatores comuns inerentes aos países de desenvolvimento socioeconômico insatisfatório, a saber, corrupção, desigualdade social e concentração de renda.
Leia também neste Blog: Crônica do Subdesenvolvido
"...queremos saber o que vão fazer com as novas invenções...queremos viver confiantes no futuro..."

Queremos Saber (Gilberto Gil) - Interpretação de Cássia Eller



terça-feira, 10 de abril de 2012

África Subsaariana - A quem interessa a pobreza?

Salve! Mãe África!

A África Subsaariana tem participação irrelevante no PIB mundial. Isso é ruim? Sim. Mas ruim para quem? Certamente não é ruim para a indústria de armamentos, que lucra milhões com os conflitos étnicos e tribais. Também não é ruim para os chineses, já que Pequim compra petróleo baratinho do Sudão, impedindo que a ONU intervenha em Darfur, dando mais lucro para os vendedores americanos de armas. Além disso, os chineses bonzinhos constroem estádios para o “povo” do Gabão e de Moçambique. A pobreza da África Subsaariana não é ruim para grandes redes hoteleiras belgas, francesas e britânicas, com seus quatro estrelas sempre lotados de turistas ricos animadíssimos com o exótico e selvagem continente africano.
Salve a África! Este continente que não possui mercado consumidor significativo, que sustenta o sistema com seus produtos primários de baixo custo, abastece o lucrativo motor da DIT (Divisão Internacional do Trabalho).
Interessante que em 2008, após uma tremenda crise nos mercados do centro da economia capitalista, metade dos Estados africanos conseguiram um singelo, mas significativo, crescimento de suas economias, o que impulsiona, pelo menos em potencial, suas modernizações. Embora não tão audível, a voz de alguns países africanos começa a ser ouvida. Quando a África Subsaariana enfim der amostras de que pode entrar no clube dos “subemergentes”, quem vai gostar? Feliz da China, e até do Brasil e da Índia, que vêm fazendo acordos comerciais com o continente espoliado pelos impérios industriais.
O que falta, talvez, seja a mídia parar com essa hipocrisia sobre a África. Esta visão pseudo humanista generosa e cheia de falso remorso dá nojo. Não dá pra aguentar uma nova babaquice do estilo “US for Africa”. We are the world, We are liars, We are the only demagogues who make the world worse, So let's get to pretend.
A África Subsaariana ainda tem participação pequena na economia mundial. Isso é ruim? Não. Mas não por quê? O mundo “globalizado” é assim, cheio de paradoxos, repleto de interesses obscuros, uns para o bem, outros para o mal. Parcerias unilaterais não vão impedir que milhares de crianças africanas morram de fome todos os dias. O atraso africano, embora seja repulsivo do ponto de vista humano, faz parte do teatro capitalista. Se este papel for modificado, muita gente não vai gostar. Não é mesmo Bono Vox?

Leia neste blog: Globalização e Consumismo



segunda-feira, 9 de abril de 2012

Globalização e Consumismo

Tecnociência, globalização e história sem sentido
Para alguns autores, como Julio José Chiavenato, a globalização é um processo antigo, de pelo menos cinco séculos, mas que apenas recentemente recebeu seu nome famoso de batismo. O fato é que o século XX é um marco sem igual no avanço da ciência. É muito pouco chamar nosso período de Terceira Revolução Industrial. Na verdade, até mesmo Revolução Técnico-científica passou a ser um nome que explica pouco sobre nossa era.
            O consumo é uma das palavras-chave para a globalização. Somos capitalistas. Não existe mais Ordem Bipolar. Consumir é mais que uma tendência capitalista natural, se é que podemos classificar o capitalismo de algo natural. Consumir é uma questão de sobrevivência. Quem não pode consumir, se deteriora.
            Houve nos últimos séculos um processo de evolução social e moral, interrompido gradativamente nas últimas décadas do Século XX. O progresso técnico, representado pela evolução sem igual dos meios de transporte e comunicações, é potencial da sonhada globalização da humanidade, mas o que vimos foi um retrocesso nas relações pessoais. Tudo pelo lucro. E não adianta apontar os dedos indicadores acusadores. Você e eu fazemos parte deste monstruoso processo de exclusão.
            Como bem explicou Milton Santos, a informação é centralizada nas mãos de poucas corporações: “Apesar de as condições técnicas da informação permitirem que toda a humanidade conheça tudo o que o mundo é, acabamos na realidade por não sabê-lo, por causa dessa intermediação desinformante”.
           
Sugestões e referências:
Por uma outra globalização – Milton Santos
Ética Globalizada & Sociedade e Consumo - Júlio José Chiavenato

Leia neste blog:


Camisa de Vênus - Só o Fim