Por Steven Tyler
Em
Manhattan, vivíamos na rua 124 com a Broadway, perto do Teatro Apollo. Harlem,
cara. Se os três primeiros anos de sua vida são os mais informativos, então é
certo que eu precisava ouvir aquela música e me inspirar no barulho vindo do
teatro. Aquilo tinha mais alma que a igreja de São Pedro.
Alguns
anos atrás voltei ao Apollo e vi o parque onde minha mãe me levava de carrinho.
Minha primeira memória visual é aquele parque: árvores e nuvens por cima da
minha cabeça, com se eu estivesse flutuando por cima da Terra. Ali estou eu,
uma projeção astral de dois anos.
Com
quatro, lembro de levar uma garrafa de quatro litros de leite, caminhar de mãos
dadas com minha mãe por passagens e corredores do porão de nosso edifício e
pelos túneis dos edifícios vizinhos onde estava a máquina de leite. Eu pensava
estar... sabe deus onde. Eu poderia estar em marte. Ah , era o
misterioso mundo da infância, onde você é sempre levado pela mão de alguém através
de alguma passagem escura em direção a um mundo novo à espera de ser explorado
pela imaginação super ativa da criança.
Trecho
adaptado da biografia de Steven Tyler “O
barulho na minha cabeça te incomoda? – Uma memória feita de Rock´ n´ Roll” –
2011 – Benvirá – SP
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