quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Caracterização da paisagem geográfica segundo o vocalista do Aerosmith


Por Steven Tyler

Em Manhattan, vivíamos na rua 124 com a Broadway, perto do Teatro Apollo. Harlem, cara. Se os três primeiros anos de sua vida são os mais informativos, então é certo que eu precisava ouvir aquela música e me inspirar no barulho vindo do teatro. Aquilo tinha mais alma que a igreja de São Pedro.
Alguns anos atrás voltei ao Apollo e vi o parque onde minha mãe me levava de carrinho. Minha primeira memória visual é aquele parque: árvores e nuvens por cima da minha cabeça, com se eu estivesse flutuando por cima da Terra. Ali estou eu, uma projeção astral de dois anos.
Com quatro, lembro de levar uma garrafa de quatro litros de leite, caminhar de mãos dadas com minha mãe por passagens e corredores do porão de nosso edifício e pelos túneis dos edifícios vizinhos onde estava a máquina de leite. Eu pensava estar... sabe deus onde. Eu poderia estar em marte. Ah, era o misterioso mundo da infância, onde você é sempre levado pela mão de alguém através de alguma passagem escura em direção a um mundo novo à espera de ser explorado pela imaginação super ativa da criança.

Trecho adaptado da biografia de Steven Tyler “O barulho na minha cabeça te incomoda? – Uma memória feita de Rock´ n´ Roll” – 2011 – Benvirá – SP


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