Segundo o IBGE, expectativa de vida do brasileiro sobe para 74,6 anos
A expectativa de vida ao nascer no Brasil chegou a 74,6 anos em 2012, segundo dados divulgados hoje (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a Tábua Completa de Mortalidade para o Brasil de 2012, entre 2011 e 2012, os brasileiros tiveram ganho de cinco meses e 12 dias na expectativa de vida ao nascer. O número passou de 74,1 anos em 2011 para 74,6 anos no ano seguinte.
As mulheres tiveram maior ganho: seis meses e 25 dias, chegando a 78,3 anos em 2012. Já a expectativa entre os homens subiu quatro meses e 10 dias, alcançando 71 anos.
Em uma análise retrospectiva, os dados mostram que na comparação com 1980, a população brasileira teve ganho médio de 12,1 anos já que, à época, a esperança de vida era 62,5. Duas décadas depois, em 2000, os números mostram ganho de quatro anos e dois meses. Segundo o pesquisador do IBGE Fernando Albuquerque a tendência é que a expectativa de vida continue a crescer.
“Os índices de mortalidade da população brasileira ainda são distantes de países mais desenvolvidos. Por isso, ainda vamos continuar aumentando a expectativa de vida. O Brasil ainda tem ‘gordura’ para queimar em termos de mortalidade. Além disso, a expectativa é que, com programas governamentais e não governamentais de melhoria do saneamento, transferência de renda e acesso a medicamentos, a mortalidade continue a cair”, disse.
A variação da expectativa de vida muda conforme a faixa etária do brasileiro. Para um brasileiro de 40 anos, por exemplo, a estimativa é que ele viva até os 78,3 anos. Para pessoas acima de 80 anos, a expectativa é que elas vivam nove anos e um mês a mais. A tábua completa com dados da mortalidade no Brasil foi publicada no Diário Oficial de hoje.
“O
meio técnico-científico-informacional surge na década de 1970 a se concentra
nas áreas privilegiadas no período anterior, o que acentua as desigualdades
territoriais. Assim, surgem áreas de globalização absoluta e relativa, o que
gera espaços que mandam e espaços que obedecem.
Atualmente
a informação fundamenta e orienta o trabalho e orienta sua divisão global e
local. No nordeste a rede fundiária concentrada impõe às novas técnicas
informacionais. O Centro-Oeste e a Amazônia, como não possuíam o meio técnico
tradicional do período anterior, estão abertos para as novas técnicas. Na
Região Concentrada (Sul-Sudeste) houve simplesmente a agregação das inovações
técnicas, em paralelo a uma crise da indústria.
A
globalização é o momento da ocupação do território brasileiro que mais acentuou
as desigualdades sociais e as diferenças regionais brasileiras. A concentração
do meio técnico-científico-informacioanal dificulta o acesso a bens e serviços
e gera vazios de consumo representados pela pobreza, sobretudo urbana, que
reúne todo o conteúdo explosivo do território hoje.”
Ciência
Hoje – RJ – (Dez-2001) – Uma teoria do Brasil: última obra de Milton Santos
sintetiza a realidade nacional diante da globalização.
A
Geografia Quantitativa ou Pragmática influenciou sobre a educação brasileira
nas décadas de 1970 e 1980. No Brasil desenvolveu-se sob a denominação de
Geografia Teorética, caracterizada principalmente pelo uso de técnicas
estatísticas e matemáticas e modelos de representação no trato dos temas
geográficos.
As
críticas a essa Geografia basearam-se no exagero da quantificação e na maior
importância dada às técnicas em detrimento dos fins a serem atingidos,
destacando-se a grande preocupação com as técnicas de planejamento. Dessa
forma, a Geografia ficava alheia, por exemplo, aos problemas sociais e à
agressão ao meio ambiente.
A
corrente quantitativa da Geografia foi uma espécie de “renovação conservadora”.
Alguns autores definem essa fase como uma passagem do positivismo clássico para
uma espécie de neopositivismo.
A
política assume seu papel no ensino da Geografia. Outra vertente do movimento
de renovação da Geografia foi a chamada Crítica, Radical, ou ainda Marxista,
por ter como base teórica o materialismo histórico e dialético. Esta corrente
trouxe uma preocupação com as injustiças sociais e com os problemas ideológicos
e políticos, propondo uma Geografia, digamos, mais militante, lutando por uma
sociedade mais justa.
A
Geografia Crítica assume, principalmente nos anos 1980, um discurso político
explícito, não basta apenas descrever o espaço geográfico, há a necessidade de
transformá-lo.
Infelizmente
a Geografia Crítica ficou muito marcada por um discurso retórico, sem alcançar
a prática dos professores. Pode-se afirmar que essa geografia marxista
negligenciou a percepção de mundo ao tachar de idealismo inútil qualquer
explicação subjetiva e afetiva da relação entre sociedade e natureza que não
priorizasse a luta de classes. Por isso mesmo, perdeu espaço.
A
corrente da Geografia da Percepção também influenciou a Geografia escolar. Ela
se diferencia das demais correntes por se preocupar em verificar a apreensão da
essência, pela percepção e pela intuição. Sua base é a fenomenologia,
caracterizada por utilizar fundamentalmente a experiência vivida e adquirida
pelo indivíduo.
De
acordo com o geógrafo chinês Yu-Fu Tuan, a Geografia Humanística, como também é
chamada, procura entender o mundo a partir do estudo das relações do homem com
a natureza, bem como de seus sentimentos e ideias a respeito do espaço e do
lugar.
Há
hoje a necessidade de a Geografia pautar-se em explicações plurais que
dialoguem com outras áreas do conhecimento, trabalhando as relações físicas e
humanas concomitantemente, e as interações entre elas estabelecidas.
Altamente corrosivo, lago no
norte da Tanzânia mata e calcifica todas as aves e pequenos mamíferos que dão o
azar de cair em suas águas.
Por Juliana Tiraboschi
É como um enredo de filme de terror: animais desavisados caem em
um lago misterioso e são transformados em estátuas. Parece
ficção, mas a história é real e acontece no lago Natrão, na Tanzânia. Algumas
vítimas desse lago mortal foram registradas pelo fotógrafo britânico Nick
Brandt. O resultado está no livro “Across the Ravaged Land” (Através do Lago
Devastado, em tradução livre – sem versão em português). O nome do lugar já
explica parte da letalidade do lago. Natrão é um sal formado por carbonato de
sódio hidratado e bicarbonato de cálcio, que se depositou ali por meio de
cinzas vindas de vulcões. Os egípcios sabiam disso e usavam a substância em
processos de mumificação.
O natrão torna o ambiente do lago extremamente inóspito, com um
nível de pH muito alcalino, variando entre 9 e 10,5. Isso faz com que o Natrão
seja considerado o lago mais cáustico do mundo. Ou seja, ele é altamente
corrosivo. Além disso, a temperatura de suas águas pode chegar a 60oC. Um dos
poucos animais capazes de sobreviver no lago é uma espécie de tilápia adaptada
para suportar a alcalinidade e a alta temperatura. Surpreendentemente, o local
é o paraíso de flamingos que se alimentam de spirulina, um tipo de
cianobactéria que cresce nas margens do Natrão. As aves constroem seus ninhos
ali justamente porque o ambiente é tão agressivo à vida que acaba espantando
predadores. Mas, vez ou outra, alguns flamingos caem acidentalmente na água e
também acabam virando “pedra”. Segundo Nick Brandt, ninguém
sabe exatamente como os animais morreram. Uma hipótese é que os reflexos na
superfície do lago tenham confundido os animais, do mesmo jeito como pássaros
trombam com janelas de casas e prédios. Uma vez que são “capturados” pelas
águas letais do Natrão, os bichos morrem e ficam calcificados. “O sal alcalino
presente no lago ‘gosta’ de água e absorve toda a umidade, ressecando qualquer
coisa que entre em contato com ele”, afirma Ethan Kinsey, um dos participantes da
expedição de Nick Brandt, em seu blog. “Além disso, a alcalinidade atua como
uma substância antibacteriana, preservando os corpos da decomposição”, diz.
Encantado e surpreso pelo mórbido espetáculo dos corpos espalhados pelos
arredores do lago, Brandt reposicionou os cadáveres de modo que parecessem
vivos e os clicou, eternizando-os também em imagens.
Nick Brandt se encantou pela África Oriental quando desembarcou na
Tanzânia pela primeira vez, em 1995, para filmar o vídeo de “Earth Song”,
canção de Michael Jackson. A partir daí, o fotógrafo passou a dedicar-se também
à preservação da natureza. Em setembro de 2010, fundou a organização Big Life
Foundation, que luta contra a caça de elefantes, junto com o conservacionista
Richard Bonham. Seu novo livro fecha uma trilogia iniciada em 2000 e formada
pelas obras “On This Earth” (Nessa Terra) e “A Shadow Falls” (Uma Sombra Cai),
que ambiciona documentar a devastação e a matança de animais na África.
A Teoria Econômica Clássica é brilhante.
A ideia básica, formulada pelo filósofo escocês Adam Smith em 1776, é que o
mercado é a melhor maneira de determinar o valor das coisas. Ponha algo para
vender, espere até alguém aparecer querendo comprar e pronto: logo um preço
surgirá. Se a oferta aumentar, o preço cai, se a demanda subir, o preço sobe.
Simples, prático e genial. Mas, infelizmente, essa teoria contém um pequeno
erro. Pequeno, mas, se ele não for corrigido, o mundo acaba.
O erro de Adam Smith é que ele se
esqueceu de pensar que certas coisas não têm preço. Isso porque algumas coisas
têm mercados que movimentam dinheiro e outras não. Imagine uma árvore milenar,
crescendo sem dono no meio da Floresta Amazônica. Não há mercado nenhum em
funcionamento aí – dinheiro nenhum muda de mãos enquanto a árvore cresce e os
séculos passam. Mas, se formos até a floresta com uma serra, fatiarmos a
coitada em tábuas e colocarmos as ditas cujas para vender a R$ 5 o metro
linear, vai surgir um mercado. Alguém aparecerá querendo comprar e aí é uma
beleza: a economia se move, dinheiro circula, o PIB aumenta, o Brasil cresce.
Derrubar árvores aumenta o PIB, plantar árvores não.
A árvore crescendo majestosa no meio da
floresta não tem preço, mas isso não quer dizer que ela não tenha valor. Ela
tem – por exemplo, para os milhões de seres que habitam sua copa e curtem sua
sombra. Ou para as pessoas do futuro que sofrerão de doenças cuja cura está nos
genes de um desses seres. Ela tem valor para todos os habitantes da América do
Sul, já que as árvores amazônicas propulsionam uma “bomba biótica” – soltam
umidade na atmosfera e os ventos oceânicos empurram essa umidade para o
continente todo, garantindo as chuvas e, portanto, a fertilidade, do cerrado
aos pampas.
Não é um valor teórico – é concreto,
real. Se não houvesse a árvore, um monte de gente ia ficar mais pobre. Mas esse
valor é difícil de calcular e, portanto, os mercados não o enxergam. É como se
árvore fosse grátis. Se a árvore é grátis e a tábua custa R$ 5 o metro, segundo
as leis de Adam Smith, cria-se um incentivo para todo mundo derrubar árvores e
vender tábua a rodo (e rodo também). Até que, naturalmente, as árvores acabam.
Isso é um erro porque, ao final do processo, todos ficamos mais pobres.
O nome desse erro da economia é
“externalidade”, que é aquilo que não está computado na formação de um preço. O
maior problema do mundo hoje é que a economia está repleta de externalidades.
Segundo o economista indiano Pavan Sukhdev, da Universidade Yale, mais de 50%
dos ganhos das empresas na realidade são externalidades. Ou seja: a maior parte
da economia mundial não são lucros – são roubos. É alguém impondo um custo a
outro para fazer dinheiro para si próprio.
Por exemplo, dizem que a maneira mais
barata de produzir energia é queimando carvão e usando o calor gerado. O que a
economia não calcula é que a produção dessa energia gera um custo para o mundo
maior do que seu próprio valor. Segundo Pavan, para cada R$ 1 de energia que é
produzida com queima de carvão, impõe-se um custo de até R$ 3,50 para a
economia. Ou seja, se fizermos a conta direitinho, descobrimos que as usinas
termelétricas não produzem energia: elas queimam dinheiro.
O economista dos transportes Charles
Komanoff tem um outro exemplo. Segundo ele, a cada vez que uma pessoa anda de
carro em Nova York,
os outros habitantes da cidade perdem 3 horas e 15 minutos de suas vidas, no
trânsito. Cada novo carro na rua aumenta um tiquinho o congestionamento,
fazendo com que cada um dos outros carros percam alguns segundos. O que
Komanoff fez foi somar todos esses segundos. Descobriu que, quando um motorista
tenta economizar 5 minutos, a cidade perde mais de 3 horas. Não é à tôa que
hoje a velocidade média de um carro no trânsito em uma grande cidade é menor do
que no tempo das carroças movidas a boi.
E como eliminar as externalidades para
corrigir a escorregada de Adam Smith? O único jeito é incluir no preço das
coisas todos os custos e esperar que o mercado cuide do resto. Se o carrão que
gera trânsito custar mais, cria-se um incentivo para que se escolha veículos
menores. Se a tábua incluir no seu preço a sombra perdida e os bichos
desalojados, vai ficar mais barato comprar madeira reflorestada.
Vários países estão criando taxas para
matar externalidades. Claro que a última coisa que o Brasil precisa é de mais
impostos. Mas, e se todos os impostos atuais fossem eliminados e criássemos
todo um novo código tributário, do zero, com um único critério: eliminar
externalidades?
O primeiro passo é fazer contas: calcular
na ponta do lápis o preço exato de tudo que a economia esqueceu. Claro que não
vai ser fácil chegar a um acordo sobre o preço justo de coisas como sombra,
silêncio e vida humana, e é por isso que precisaremos de gente boa de números.
Pavan Suhhdev costuma dizer que são os contadores que vão salvar o mundo.
Aí bastará incluir no preço das coisas os
custos escondidos que elas têm. Muita gente vai chiar. Hábitos que costumamos
ver como baratos – comer carne, queimar gasolina, misturar cimento – vão ficar
bem mais caros. Mas aí é questão de tempo até uma nova geração de
empreendedores inventar opções alternativas – veículos que não poluem, comidas
que fazem bem, produtos que não destroem – por preços razoáveis. E aí o mercado
funcionará, do jeito que Adam Smith descreveu.
Este texto foi
publicado originalmente na Edição Dourada da SUPER – 111 Ideias Que Valem Ouro.
Várias nações africanas alcançam crescimento superior a 7% ao ano, porém, tal crescimento está baseado apenas na extração de recursos primários, que valem menos na exportação. Embora as taxas de crescimento sejam maiores que a média mundial de 4% ao ano, isto não representa algo realmente significativo em números absolutos, pois a África Subsaariana segue como uma das regiões mais pobres do planeta. Este quadro é agravado por inúmeros motivos. Dentre eles podemos destacar: os regimes ditatoriais, a corrupção, a falta de transparência do gasto do dinheiro público e a fragilidade das instituições políticas, que não possuem estabilidade democrática e não conseguem fazer uma justa distribuição da riqueza gerada. As guerras são outro problema grave, e ocorrem tanto pela disputa de poder como pelo controle das riquezas minerais. Em alguns países as nascentes de água doce são razão de conflito, além, é claro, das questões étnicas e religiosas. Fica difícil enxergar um quadro de melhora real em curto e médio prazo para a África. As potências econômicas da União Europeia, os EUA e recentemente a China, lucram horrores com a exploração do continente. Para estes governos imperialistas, uma distribuição da riqueza não interessa realmente. Isso sem comentar o lucro da indústria de armamentos com os inúmeros conflitos que ocorrem no continente africano.
Desde o início da crise da dívida, os governos europeus buscam equilibrar suas contas. Para isso utilizam os planos de austeridade, ou medidas de ajuste, que aumentam o valor dos impostos, cortam gastos públicos, e diminuem drasticamente os benefícios sociais. Essas medidas empobrecem a população, limitam o crescimento econômico e ampliam o desemprego, levando multidões às ruas em protesto. Enfraquecidos pelas reformas, vários dirigentes deixaram o poder, por perder sua sustentação paralamentar ou por derrotas eleitorais.
Os países atingidos pela crise de maneira mais séria passaram a ser identificadas pelo anacrônico Piigs (uma referência à porco em inglês) sendo estas as iniciais de Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha (Spain). O primeiro país seriamente atingido pela crise foi a Grécia. O país pediu socorro ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e aos órgãos oficiais da União Europeia, mas teve que fazer uma ampla reforma, as temidas, medidas de austeridade: aumento de impostos, privatizações, cortes nos direitos trabalhistas, demissão de servidores públicos, redução de salários e de aposentadorias. Tais medidas provocaram uma revolta social no país, com greves e protestos violentos. Tais medidas, porém, não surtiram efeito algum. O PIB da Grécia está em queda, e o desemprego já atinge um em cada quatro trabalhadores.
A situação na União Europeia continua tensa. Enquanto Grécia, Portugal e Irlanda são países periféricos da zona do euro, a situação da Itália e da Espanha tira o sono dos líderes europeus, pois o custo para salvar essas economias será bem maior. Leia também sobre o início da crise em 2008 nos EUA: http://geopesca.blogspot.com.br/2013/08/crise-o-estouro-da-bolha-imobiliaria.html
A atual crise na União Europeia está ligada aos problemas econômicos mundiais, iniciados no ano de 2008, nos Estados Unidos. Os governos europeus, tal como o americano, despejou trilhões de dólares/euros em dinheiro público para ajudar as empresas e os bancos à beira da falência.
Estas medidas desesperadas (algo bem contrário à doutrina neoliberal por eles difundida) fizeram com que a dívida desses países ficasse muito mais alta do que já estavam. O endividamento público elevado é problemático para a zona do euro, pois os países têm economias interligadas, e são obrigadas a seguir parâmetros rígidos para controlar a inflação e equilibrar o orçamento, ou seja, o equilíbrio entre o que se gasta e o que se arrecada.
Entre 2002 e 2008, com taxas de juros num patamar baixo, os bancos fizeram empréstimos de longo prazo a clientes sem boa avaliação como pagadores (subprimes). O crédito fácil intensificou a procura por imóveis, que tiveram os preços elevados. Com o cenário de inflação se instalando, o governo americano decidiu subir os juros. Com isso, a prestação dos financiamentos ficaram mais caras, levando muitos compradores pararem de pagar suas duplicatas. Isso provocou uma espécie de "efeito dominó": primeiro os bancos retomaram os imóveis; em seguida colocaram à venda, para cobrir os empréstimos; o aumento da oferta de imóveis derrubou o preço dos mesmos; mesmo vendendo os imóveis, os bancos não conseguiram recuperar o prejuízo. Acontece que muitos títulos negociados pelos bancos tinham como garantia os empréstimos feitos aos subprimes, e com a falta de pagamentos os títulos perderam seu valor na bolsa de valores. Esse processo ficou conhecido como o estouro da bolha imobiliária, em setembro de 2008, cujo marco foi a "quebra" de um dos maiores bancos de investimentos dos EUA, o Lehman Brothers. Em seguida, a crise espalhou-se pelo sistema financeiro mundial.
A
interpretação dos dados demográficos de maneira correta é de importância
inestimável para qualquer estudante de geografia que se preze. Mesmo aqueles
que não estão interessados em um futuro geográfico necessitam saber interpretar
dados populacionais, para não falar algumas besteiras.
A
sabedoria popular diz que nascem mais meninas. Na verdade é o contrário, isso
por uma questão biológica. Por diversos fatores as mulheres se tornam maioria a
partir da faixa dos dezenove anos de idade. Daí a explicação do porque existem
mais mulheres, as quais têm maior expectativa de vida.
Se
alguém dissesse que no Brasil a taxa de crescimento populacional é maior do que
na China, o que diria? Pois saiba que é a mais pura verdade. O ritmo de
crescimento é maior em nosso país. Mas se considerarmos apenas os números
absolutos, óbvio que teremos mais chineses nascendo todos os anos. Por isso, é
relevante conhecer a diferença entre os termos de população absoluta e
relativa.
A
demografia é um dos conteúdos mais importantes da Geografia em sua missão de
descrever o espaço geográfico. Uma pena que tantos professores ignorem esse
conteúdo por considerá-lo muito “matemático”. Uma boa aula de demografia é o
ponto de partida para os estudos cartográficos, geopolíticos, socioeconômicos,
ambientais, etc., o que servirá tanto para os que se definem como críticos ou
tradicionais.
O
choque de civilizações é possível? Eu penso que sim. Longe de ser uma bíblia
que deva ser seguida por seus leitores, o livro de Samuel Huntington é deveras
indispensável para quem gosta de geopolítica. Antes de tudo, deve-se ter em
mente que o mesmo foi escrito no meio da década de 1990, quando nada sobre o
futuro estava claro. Na verdade, ele acertou mais do que errou. Mas jamais ele
imaginou o atentado de 11 de setembro de 2001. Quem imaginaria?
Um
ponto de vista diferente daquele que conhecemos pela mídia. Ao invés de dar ao
fator Estado-Nação o papel de protagonista, o autor formula a ideia geopolítica
do mundo contemporâneo em bases culturais. Seus cenários são ricos em detalhes,
e seus argumentos altamente reflexivos.
Claro
que existe polêmica. Mas não há como julgar o autor em termos de xenofobia
quando o mesmo atesta que o islã é altamente beligerante, ou que os ocidentais
são extremamente arrogantes. Também não há como dizer que ele foi superficial
ao não detalhar as civilizações latino-americana e africana, uma vez que,
realmente seu papel era insignificante no meio daquela década. Talvez ainda
seja.
Fiz
ao longo da leitura do livro algumas observações, e compartilhei aqui neste
espaço. Mas esta é apenas a minha interpretação. Sugiro a leitura de O choque
de civilizações a todos que querem compreender melhor o mundo.
Postagens anteriores sobre O choque
de civilizações:
Ortodoxos versus Católicos versos Muçulmanos – não
necessariamente nesta mesma ordem.
Samuel P. Huntington
Um
acirramento espetacular de identidades civilizacionais ocorreu na Bósnia,
especialmente em sua comunidade muçulmana. Historicamente, sérvios, croatas e
muçulmanos viviam juntos pacificamente como vizinhos, eram comuns os casamentos
entre eles, as identificações religiosas eram tênues.
Dizia-se
que os muçulmanos eram bósnios que não iam à mesquita, os croatas eram bósnios que
não iam à catedral e os sérvios eram bósnios que não iam à igreja ortodoxa.
Quando
a identidade iugoslava se desfez, as identificações religiosas
intensificaram-se. O multicomunitarismo se evaporou e cada grupo definiu-se em
termos religiosos.
Os
sérvios da Bósnia se identificaram com a Grande Sérvia, a Igreja Ortodoxa
Sérvia e toda a comunidade eslava ortodoxa. Os croatas da Bósnia passaram a ser
nacionalistas radicais acentuando seu catolicismo ocidental.
Os
muçulmanos, antes da guerra, se viam como europeus defensores de uma sociedade
multicultural. Com o início dos conflitos surge o objetivo de criar uma
república islâmica na península balcânica. O idioma bósnio foi promovido como
distinto do servo-croata. O governo incentivou a religião islâmica e deu
preferência aos muçulmanos nas promoções de pessoal. O exército bósnio ficou
islamicizado.
A
Rússia ajudou a Sérvia, as potências européias ocidentais ajudaram a Croácia, e
os países islâmicos do norte da África e Oriente Médio ajudaram a Bósnia.
Adaptado de O choque de
civilizações – p. 341-3 – de S. P. Huntington
Mais trechos de O choque de
Civilizações, publicado neste Blog:
Conflitos
que envolveram alternâncias de coexistência desconfiada e violência
perversa.
Existem
diversas explicações para o surto de conflitos que invadiram o globo no final
do século XX. Uma delas, é que tais guerras tinham suas raízes na história. A
violência é intermitente entre as civilizações, ou seja, ocorreu no passado e
continua existindo nas lembranças atuais do passado, o que por sua vez, gera
temores e inseguranças.
Muçulmanos
e hindus no subcontinente indiano, russos e caucasianos no Cáucaso, árabes e
judeus na Palestina, católicos, ortodoxos e muçulmanos nos Bálcãs, cingaleses e
tâmiles em Sri Lanka,
árabes e negros África afora. Todos eles são relacionamentos que, através dos
séculos, envolveram alternâncias de coexistência desconfiada e violência
perversa.
Um
legado histórico de conflitos existe para ser explorado e utilizado por aqueles
que encontram razões para isso. Nesses relacionamentos, a história está viva,
pujante e aterrorizadora.
Adaptado
de O choque de civilizações – p.
329-30 – de S. P. Huntington
Mais trechos de O choque de Civilizações,
publicado neste Blog:
O mundo pós-Guerra Fria é um mundo de sete ou oito
civilizações principais.
Sob o pretexto da defesa de seus cidadãos, o governo americano acaba afrontando, também fora do país, valores caros à democracia que ajuda a difundir.
Vem de uma das democracias mais evoluídas do mundo, os
Estados Unidos, um novo e desafiador debate sobre o direito do governo de
monitorar a vida de cidadãos em nome da segurança nacional. As recentes
denúncias da imprensa sobre o esquema de espionagem mantido pelo governo
norte-americano, desde os ataques de 11 de setembro de 2001, põem em risco os
compromissos e a credibilidade do presidente Barack Obama. Para além das
fronteiras americanas, a violação de informações sobre telefonemas e conteúdos
das redes sociais provoca insegurança também em outras nações, muitas das quais
com democracias inspiradas em condutas americanas. A grande interrogação que a
controvérsia provoca é perturbadora: se os Estados Unidos tudo podem, em nome
da defesa interna, como condenar práticas semelhantes de regimes ditatoriais e
mesmo de democracias?
O que está em debate é a zona de sombra que ainda confunde
quem procura os limites da intervenção estatal na privacidade de pessoas
comuns. Desde 2001, essa confusão vem sendo ampliada, com as ações autorizadas
pelo chamado Código Patriótico, acionado logo após os traumas do 11 de setembro
em Nova York. Ontem,
o presidente Obama assegurou que a vigilância exercida pelos órgãos de
inteligência, condenada inclusive por aliados, tem sido decisiva para o
monitoramento do terrorismo. O que inquieta a todos é o conflito, admitido pelo
governo, entre o respeito à Constituição e, ao mesmo tempo, a adoção de
iniciativas que podem ser duvidosas, sob o ponto de vista legal e moral, de
proteção aos cidadãos.
O governo optou pela proteção, com o pretexto, citado por
Obama, de que não há como ter 100% de segurança com 100% de privacidade, sem
nenhum inconveniente. Seria ingenuidade demais imaginar-se que a maior potência
mundial, sob constante ameaça externa, poderia abrir mão de mecanismos de
defesa que incluem o monitoramento da circulação de informações. O dilema
diante do presidente é bem mais complexo, porque diz respeito ao alcance de uma
espionagem que não se limita a vigiar suspeitos e acaba por atingir
indiscriminadamente todos os americanos.
O presidente assumiu, desde o primeiro mandato, o
compromisso com uma transparência que, sabe-se agora, a Casa Branca defende
apenas como retórica. A preservação dos interesses internos, que sustenta as
espionagens, acaba por afetar bem mais do que a vida dos cidadãos dos EUA. O
mundo, sob vigilância na internet, também se sente violado por atitudes que
afrontam valores tão caros à democracia que os EUA defendem e ajudam a difundir.
Editorial publicado no site www.zerohora.com.br na data de 08/06/2013, na guia Opinião. Acesso em 10/06/2013
Quando falamos em PIB, estamos avaliando o tamanho do conjunto da economia, mas não a riqueza de uma determinada população. Uma forma de nos aproximarmos desse dado é o PIB per capita, ou seja, o resultado da divisão do total da riqueza produzida, portanto, o PIB, pelo número de habitantes do país, ou da região.
O Brasil, que tem aproximadamente 197 milhões de habitantes, teve como PIB per capita no ano de 2012 o valor de R$ 22.402,00. Isso quer dizer que, se toda a riqueza fosse dividida pela população, este seria o valor aproximada que cada brasileiro receberia em um ano (cerca de R$ 1.800,00 por mês). Vale dizer que isso é apenas uma média, que não corresponde à realidade.
O PIB per capita serve como comparação entre as economias dos países. A Suíça, por exemplo, tem o PIB bem menor que o do Brasil, mas o PIB per capita suíço é bem maior que o nosso (cerca de R$ 12.000,00 por mês).
Observações válidas:
JUROS: A taxa de juros é um instrumento para controlar a inflação e estimular a economia. Quanto mais alta for a taxa de juros, mais caro fica para se fazer um empréstimo, freando o consumo. Na outra ponta, juros baixos ajudam a aquecer a economia.
INFLAÇÃO: É o aumento dos preços de produtos e serviços, que reduzo valor de compra do dinheiro. Quando a variação de preços é negativa, chamamos de deflação. A inflação é uma característica da economia, e está presente em todos os países com economia de mercado.
Cristianismo versus Islamismo - Iguais e ao mesmo tempo diferentes
Por Samuel P. Huntington
Existe um padrão ininterrupto de conflitos entre o fervor cristão e o fundamentalismo muçulmano. A base do conflito está na natureza dessas duas religiões.
Em parte os conflitos têm a ver com as diferenças, especialmente na conpecpção muçulmana do islamismo como estilo de vida que une religião e política versus a concepção cristã da separação entre os reinos de Deus e de César.
Porém, os conflitos também se originam de suas similaridades. Ambas são religiões monoteístas, que ao contrário das politeístas, não assimilam com facilidade outras divindades, pois enxergam o mundo de forma dualista: nós e eles, o certo e o errado. Ambas são universalistas, afirmam ser a única fé verdadeira. Ambas são missionárias, existe obrigação em coverter os não crentes.
O cristianismo e o Islamismo têm uma visão teológica da história, em contraste com a visão cíclica ou estática que prevalece nas outras civilizações.
Trecho adaptado do livro O choque de civilizações, de S. P. Huntington - p. 263-4
A
“linha internacional de data” é uma linha imaginária que, por convenção, é
representada pelo meridiano oposto ao Meridiano de Greenwich e que atravessa o
Oceano Pacífico separando o mundo em dois: a leste é um dia a menos do que a
oeste dela. Ou seja, quando nos países localizados a oeste (Japão por ex.) da
linha internacional de data, for dia 4, nos países localizados a leste
(Américas, por ex.) da linha internacional de data, será dia 3. O horário
continuará o mesmo (respeitando-se os fusos).
Embora
a Linha Internacional de Data não obedeça nenhum padrão científico para sua
localidade ou traçado (a linha está situada no meio do Pacífico por ser um dos
locais menos habitado do planeta, causando menos transtornos, e seu traçado
passa comodamente em volta de algumas ilhas, sendo, portanto, irregular), se
faz necessária essa separação de dias diferentes por causa do tamanho da terra.
Explicando,
como todos sabemos o sol nasce do leste para o oeste. Desta forma, quando o dia
está amanhecendo na China, por exemplo, no Mediterrâneo ainda é noite e ainda
vai amanhecer. Assim, sempre haverá uma diferença de horário entre dois lugares
localizados em pontos diferentes no planeta e, quanto mais afastados estes dois
lugares, maior a diferença. Suponhamos dois lugares diametralmente opostos no
globo, enquanto em um deles é dia, no outro já será noite, porque neste lugar
onde é noite (mais a oeste da linha internacional de data) o sol “nasceu
primeiro” do que no lugar onde ainda é dia.
É
como na história de Júlio Verne, “Volta ao Mundo em 80 Dias”: Phileas Fogg, um aventureiro,
resolve dar a volta ao mundo em 80 dias e, se utiliza dessa diferença de data
para ganhar um dia na corrida. Ele viaja em sentido oeste-leste (saindo de
Londres e indo em direção à Índia, e passando por outros lugares até chegar à
Inglaterra vindo de Nova York pelo oeste), desta forma, ele ganha um dia
durante a viagem.
O
Ocidente está tentando e continuará a tentar manter sua posição de preeminência
e defender seus interesses, definindo-os como os interesses da comunidade
mundial, para legitimar suas ações que na verdade interessam aos Estados
Unidos.
Tendo
conquistado a independência política, as sociedades não-ocidentais desejam se
libertar da dominação militar, cultural e econômica das sociedades ocidentais.
O
que incomoda são os hiatos entre os princípios ocidentais e as práticas
ocidentais. A hipocrisia, os dois pesos e duas medidas e os “porém não” são o
preço das pretensões universalistas. Promove-se a democracia, porém não se ela
for levar fundamentalistas islâmicos ao poder. Prega-se a não-proliferação em
relação ao Irã e à Coreia do Norte, porém não em relação a Israel. O livre
comércio é o elixir do crescimento econômico, porém não para a agricultura
(protecionismo). Os direitos humanos constituem uma questão com a China, porém
não com a Arábia Saudita.
As
aspirações universais (o bem para a “comunidade mundial”) da civilização
ocidental, o poder relativo decrescente do Ocidente no pós-Guerra Fria, e a
postura afirmativa cada vez maior das outras civilizações (sínica, islâmica,
ortodoxa, latino-americana, hindu) levam a relações difíceis na atualidade
entre os diversos pólos de poder.
Adaptação de “O
Choque de Civilizações” pág. 228-9 de Samuel P. Huntington
O
mapa – principal produto da cartografia – sempre despertou em todo o tempo, em
todos os lugares e em todas as pessoas interesses diversos, dentre os quais o
mais almejado foi fazer dele um poderoso instrumento de poder, conquista e
dominação.
Os
mapas, em todo o mundo, adquire as mais diversas feições: por momentos não
passa de um simples croqui pedagógico aparentemente ingênuo, mais adiante já é
um documento técnico reservado a especialistas, na surdina é segredo de Estado,
que só pode ser visto por comandantes de grandes corporações militares.
Seja
qual for a utilidade atribuída, o mapa conserva uma virtude que ninguém pode
lhe subtrair: ser um tesouro inestimável nas mãos de quem quer que seja. Isso
porque ele tem o dom de mistificar, criando em torno de si uma aura de mistério
e mito, que poucos meios de comunicação são capazes de fazê-lo.
O
mapa encanta quem através dele viaja pelos mais recônditos confins, cheios de
mistério jamais imaginados. Também encanta quando é elaborado como se fosse uma
obra de arte.
Mas
às vezes o mapa é portador de mensagens que instigam poder e cobiça. Neste
caso, o mapa é uma faca de dois gumes: serve como instrumento de dominação para
quem o criou; desinforma e desorienta quem o utiliza.
Adaptado do texto de Antonio Teixeira Neto, publicado
no Boletim Goiano de Geografia, v.
26, n. 2, jul./dez. 2006, p.50
País
populoso, mas pouco povoado. Quinto maior em população. Quinto maior em
extensão territorial. Quinto dos infernos? Talvez sim, talvez não.
Amazônia
o intestino do mundo, sertão nordestino pulmão dos latifundiários. Indústria da
seca. Indústria molhada. Indústria da exploração. Zonas francas e chapadas,
serras e plataformas. Viva a auto-suficiência. Pré sal, pós sal, ante sal, sub
sal e sem sal.
Baixa
fecundidade, alta periculosidade. De país jovem, adolescente, inconsequente, a
país maduro e indecente. Comprometer a previdência social e cultuar a
miscigenação, o mito da democracia racial.
Vamos
imigrando e emigrando. O meu pai paranaense, meu avô napolitano, o meu bisavô
escravo, meu irmão africano. Tudo regional com o êxodo rural. Decadência
econômica e o Estado amoral. Crescimento do padrão, mas quem manda é imoral.
Distribuição
de renda e maioridade penal. Não se sabe o que importante e o que é banal. Tudo
depende do padrão “global”, plim plim!
Compartilho a seguir um excelente texto do meu amigo Marcos Torres, brilhante Geógrafo, colega de curso da UFPR e também meu Professor.
Existe a possibilidade de vida em outro lugar?
Por Marcos Torres
A concepção de mundo surge a
partir de nossas experiências. Primeiramente, no seio da família, aprendemos a
ler e agir no – e com o – espaço. Tal experiência logo extrapola a família e
ganha novos contornos com as pessoas da sociedade em que vivemos. Eis a criação
do lugar.
O tempo que passamos no lugar é
determinante para estabelecermo-nos no espaço, na vida. E quanto mais tempo
passamos em um lugar, mais difícil é pensar a vida em outro.
E nós, que, do nosso mundinho,
insistimos em julgar o mundo, tão mais vasto que o nosso canto...
Há, sim, a possibilidade de vida
em outro lugar. Mas para isso, o ideal é que existam amigos. E para que eles
venham a existir, no transcurso da vida devemos estar abertos a conhecer, ouvir
e respeitar o outro.
Do centro geográfico do Brasil,
próximo ao centro geodésico da América do Sul, percebo, aos poucos, que Tuan
estava certo ao afirmar que cada pausa no espaço torna possível que localização
se transforme em lugar.
Barra do Garças é muito mais que o centro geográfico do
Brasil, ou uma cidade onde a presença de Xavantes chama a atenção dos que
passam pelo seu centro. É mais do que uma área urbana cercada de belos morros e
cachoeiras, e vai além de ser um município com uma exuberante vegetação de
cerrado, capaz de presentear seus moradores com revoadas de araras e outros
lindos pássaros.
Barra do Garças é um lugar, onde
a impessoalidade das grandes cidades ainda não chegou. Onde você vai a padaria
tomar café da manhã e a atendente oferece um pedaço do bolo que ela vai comer
(– “Num custa nada, moço. Podi comê. É di graça!” – diz com a ingenuidade e
despretensão de quem vive no interior, e com o belo sotaque goiano-amineirado
que o povo da fronteira do Mato Grosso com Goiás tem). Onde as crianças ainda
brincam nas ruas, e onde os carros param antes da faixa para os pedestres
atravessarem.
É o melhor lugar do mundo? Claro
que não. Mas é um lugar. E isso é impossível de pensar apenas olhando um mapa,
ou tentando abstrair as fotos que o Google – ou qualquer outro canal de
disponibilização de imagens – possa oferecer.
Reprodução autorizada
via Facebook. Obrigado Marcos!